Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2020
Cerca de 100 mil funcionários dos Correios poderão entrar em greve durante o mês de agosto, segundo os sindicatos que representam a categoria. Com a paralisação, os funcionários querem impedir a estatal de cortar benefícios, como o adicional de férias de 70% e um tíquete alimentação de R$ 1 mil oferecido em dezembro, que não estão previstos na CLT.
A direção dos Correios pretende acabar com concessões extras e adequar as demais à legislação, já que no atual cenário econômico afetado pela Covid-19, esses benefícios teriam se tornado “fora da realidade”.
Cortes e adequação à CLT
Com isso, os funcionários que atualmente recebem dois terços de adicional ao salário durante as férias, receberão apenas um terço — o que vai gerar uma economia acima de R$ 600 milhões por ano, segundo estimativas da estatal.
Se a proposta for aprovada, a licença maternidade que é de 180 dias, passaria para 120 dias como prevê a CLT. O período de amamentação, que hoje é de uma hora de intervalo em cada turno, seria de apenas 30 minutos.
A proposta prevê ainda uma redução no adicional noturno de 60%. A direção da estatal quer a “manutenção do adicional noturno conforme legislação, no valor de 20% ao da hora diurna”.
Outros benefícios também serão cortados, como o pagamento de multas dos funcionários e o vale cultura. A indenização por morte ou invalidez será igualmente excluída, junto com o transporte noturno.
Divergência nas negociações
O presidente dos Correios, general Floriano Peixoto, comentou que a proposta é “condizente com a situação financeira e realidade do País” e que, caso não seja aprovada, o caixa da estatal pode passar por um “grave comprometimento”.
A categoria de funcionários dos Correios não concordou com a mudança e apelidou a proposta de “pacote da maldade”. Como as negociações com a direção não avançam, os 31 sindicatos que integram a principal federação de trabalhadores dos Correios aprovaram um indicativo de greve. No dia 4 de agosto, está prevista uma assembleia nacional para confirmar ou não a paralisação.