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Brasil Os dados divulgados pelo Datafolha reforçam a tese de que o crescimento de Fernando Haddad nas pesquisas de intenção de voto favorecem Bolsonaro

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Candidatos do PSL e do PT lideram as pesquisas. (Foto: Reprodução)

Os dados divulgados pelo Datafolha confirmam a tese, já apontada pelo instituto em análises anteriores, de que o crescimento de Fernando Haddad (PT) nas intenções de voto para a Presidência da República alimenta também o seu adversário direto Jair Bolsonaro (PSL).

A expressiva ascensão do petista no levantamento da última sexta-feira, além de nova mídia espontânea no último fim-de-semana, em função das manifestações pró e contra a candidatura do ex-militar, permitiu a ele capitalizar o discurso antipetista e não só intensificar apoio em segmentos onde já encontrava entusiastas como também garimpar eleitores em estratos que mais o rejeitam.

A simpatia por sua candidatura ficou ainda mais forte na Região Sul, entre os mais ricos e mais escolarizados. E também se espraiou para estratos de menor renda, para o Nordeste e inclusive no segmento feminino.

Bolsonaro continua rejeitado por metade das mulheres do País e a sua taxa de intenção de voto nessa parcela do eleitorado continua muito mais baixa do que no segmento masculino, mas, depois de domingo, o índice das que pretendem elegê-lo subiu seis pontos percentuais.

Ao se combinar variáveis demográficas e econômicas, percebe-se que esse crescimento foi de 10 pontos percentuais entre as mulheres com renda mais alta, porém se mostra significativo também em estrato de maior peso na composição do eleitorado – entre as mulheres com até dois salários-mínimos, ele subiu cinco pontos percentuais.

Uma hipótese para o fenômeno é o grau de identificação de subconjuntos femininos com valores das que se mostraram nos últimos dias contra ou a favor do capitão reformado.

Um exemplo é que homens e mulheres de famílias nucleares, isto é, casados e com filhos, tendem a votar muito mais no candidato do PSL. Já entre as mães solteiras, Haddad lidera com folga: o apoio ao petista chega a 29% contra 14% do ex-deputado.

O fator religioso também ganhou holofotes em função da declaração de apoio a Bolsonaro pelo líder da Igreja Universal, Edir Macedo. Ao menos por enquanto, não há evidência de migração expressiva de evangélicos para o candidato por conta disso – o capitão reformado já era o mais votado pelo segmento (chega a 40% de intenção de voto agora).

Nos últimos 20 dias, Haddad oscilou positivamente três pontos nesse grupo, que responde por um terço do eleitorado. Mas vale aí a observação: nenhum outro estrato do País é tão evangélico quanto as mulheres com renda de até 5 salários-mínimos. Entre os católicos, que correspondem a 55% dos brasileiros, a diferença do candidato do PSL para o petista, no entanto, é de apenas 4 pontos percentuais.

Redes sociais

Com tais registros simbólicos propagados não só pelo noticiário na TV, como pelas propagandas eleitorais e especialmente pelas redes sociais, a reação do eleitorado se dá praticamente em tempo real, potencializada pelo sentimento de desalento e insegurança que caracterizam esta eleição.

A maioria dos brasileiros tem conta em algum desses serviços de comunicação instantânea e considera como um dos mais importantes fatores para a decisão do voto algo que esse tipo de veículo facilita: a conversa com familiares, amigos e colegas.

E para se ter uma ideia da diferença do grau de ativismo dos eleitores de cada candidato nesse tipo de rede, a taxa dos que pretendem votar em Bolsonaro e que compartilham conteúdo político pela mais rápida delas, o WhatsApp, é o dobro da verificada entre os eleitores de Fernando Haddad (40% contra 22%, respectivamente).

Com o movimento, apoiadores do capitão reformado sonham com vitória no primeiro turno. Para que isso aconteça, Bolsonaro tem que alcançar cerca de 45% do total de votos nos próximos dias, considerando-se uma taxa histórica de 10% de brancos e nulos.

Para evitar em escala nacional o que lhe ocorreu na disputa pela reeleição na cidade de São Paulo, Fernando Haddad precisa calibrar os códigos de comunicação de sua campanha com estratos de importante peso no eleitorado e que se mostram mais indecisos ou desiludidos, como as mulheres, os menos escolarizados e de menor renda, em quatro dias, e sem a ajuda de seu padrinho político.

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https://www.osul.com.br/os-dados-divulgados-pelo-datafolha-reforcam-a-tese-de-que-o-crescimento-de-fernando-haddad-nas-pesquisas-de-intencao-de-voto-favorecem-bolsonaro/ Os dados divulgados pelo Datafolha reforçam a tese de que o crescimento de Fernando Haddad nas pesquisas de intenção de voto favorecem Bolsonaro 2018-10-02
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