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| Os dois maiores bancos privados do Brasil, Itaú e Bradesco, estão de olho no mercado da China

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O movimento vai permitir que brasileiros invistam na China e vice-versa.(Foto: Reprodução)

De olho no mercado de investimentos da China, o Bradesco e o Itaú, anunciaram parcerias com grandes gestoras de recursos do País asiático, no ano em que a relação diplomática entre as duas nações completa 50 anos (comemorados na quinta-feira passada) e que os fluxos de comércio têm atingido patamares recordes. O movimento vai permitir que brasileiros invistam na China e vice-versa. Os bancos, os maiores privados do Brasil, fizeram o anúncio nessa sexta-feira (16).

O Bradesco deu um passo mais concreto e deve ter ainda neste ano um fundo de ativos brasileiros listado na Bolsa de Xangai, provavelmente até outubro, por meio de um ETF (fundo de índice). Em contrapartida, um fundo de índice de papéis chineses será listado na B3, disponível para qualquer investidor. A ofensiva será possível porque o banco, que tem R$ 857 bilhões em ativos sob gestão, fechou um acordo de cooperação com a China Universal Asset, gestora com 178 bilhões de dólares (R$ 971 bilhões).

“Os nossos fundos (serão oferecidos) em Xangai para dar acesso ao mercado brasileiro para os chineses, e os deles, aqui, para dar acesso ao mercado chinês para o brasileiro”, explica o CEO da Bradesco Asset, Bruno Funchal, que vê enorme potencial na estratégia.

“Acreditamos muito no mercado chinês, que apresenta grandes oportunidades de investimento tanto em setores como veículos elétricos, biotecnologia, painéis solares, entre outros, quanto no interesse chinês em acessar o mercado brasileiro, que também tem setores como o de commodities, que tem apelo estratégico para a economia chinesa”, acrescenta Funchal, ex-secretário do Tesouro.

No Itaú, a gestora do banco quer buscar colaboração com a E Fund em “múltiplas plataformas”, de acordo com um comunicado conjunto divulgado ontem. A gestora chinesa tem 464 bilhões de dólares (R$ 2,5 trilhões) sob gestão, enquanto a Itaú Asset tem R$ 971 bilhões em ativos e mais de 2,6 milhões de clientes. O grupo chinês tem como clientes não só pessoas físicas, mas também grandes investidores institucionais, incluindo bancos centrais, fundos soberanos, fundos de pensão e seguradoras.

Brasília e Pequim

A ofensiva dos bancos vem em um momento de maior proximidade entre Brasília e Pequim. Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil e, em 2023, o comércio bilateral atingiu um recorde de 157 bilhões de dólares (R$ 857 bilhões). Em novembro, o presidente da China, Xi Jinping, deve vir ao Brasil para uma visita de Estado, pouco antes da reunião de cúpula do G20, que reúne as maiores economias do mundo, no Rio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a Pequim em 2022.

O cochairman da E Fund, Xiaoyan Liu, destaca que a gestora chinesa está acelerando sua estratégia de internacionalização. “A cooperação e a troca com a Itaú Asset vai ajudar a E Fund a oferecer uma gama mais diversificada de produtos e serviços”, afirma ele, no comunicado. A parceria, explica, também servirá como uma ponte para os investidores no Brasil investirem no País asiático.

A Itaú Asset também vê na estratégia um passo a mais em sua expansão internacional, segundo o chefe de Gestão de Investimentos Globais da gestora, Carlos Augusto Salamonde. “A parceria com a E Fund está alinhada com a agenda estratégica do Itaú de sempre buscar as melhores oportunidades de investimento, em qualquer cenário e com diversificação geográfica e de ativos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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