Economistas consultados pelo BC (Banco Central) diminuíram suas projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2018 e elevaram as previsões para o dólar após a eleição. A estimativa de crescimento da economia brasileira agora é de 1,44%, contra 1,47% na semana passada, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (3).
Para 2019, 2020 e 2021 foram mantidas as previsões de expansão de 2,50%. Na sexta-feira (31), o IBGE divulgou que o País cresceu 0,2% entre abril e junho, na comparação com o trimestre anterior. Apesar de o resultado ter ficado acima do esperado por boa parte dos analistas do mercado financeiro (0,1%), o IBGE revisou para baixo dados de trimestres anteriores, mostrando um PIB mais fraco do que o que se acreditava até então.
Com a disparada do dólar nas últimas semanas – o câmbio chegou a bater R$ 4,21 ao longo de um dia-, os economistas do Focus revisaram também suas projeções para o câmbio em 2018. A taxa prevista passou de R$ 3,75 há uma semana para R$ 3,80. Há um mês, a previsão era de um dólar a R$ 3,70. Esta foi a segunda alta seguida de cinco centavos realizada pelos consultados.
Para 2019, foi mantida a taxa de R$ 3,70. Mesmo com a pressão do câmbio, os sinais de uma economia mais desaquecida levaram os economistas a reduzirem levemente as estimativas para a inflação. O IPCA, índice oficial do País, de 2018 passou de 4,17% para 4,16% – ainda bem acima dos 4,11% de um mês atrás.
O centro da meta inflacionária do Banco Central para 2018 é de 4,50%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A inflação ainda sob controle fez com que a projeção da Selic (taxa básica de juros) fosse mantida na máxima histórica de 6,50%.
O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, reconheceu que o crescimento econômico do Brasil é baixo e defendeu o ajuste fiscal como principal instrumento para o país mudar essa trajetória. “Não conseguimos recuperar a capacidade de crescer. O crescimento potencial do Brasil hoje é baixo. Se a gente não seguir o nosso processo de reformas será difícil deslocar esse PIB potencial para conseguir crescer na média de 2,5% que eu acho que é o que a gente conseguiria crescer hoje nas condições atuais”, afirmou Guardia.
O ministro deu a declaração durante a abertura do 15º Fórum de Economia, da Fundação Getulio Vargas. Para Guardia, “a brutal crise de 2015 e 2016” tem origem no desequilíbrio fiscal. Segundo o ministro, nenhum governo entregou o gasto público menor do que recebeu desde 1991 e esse gasto se acentuou muito a partir de 2008. Guardia diz que o crescimento da despesa pública, que é a causa do desequilíbrio fiscal, está em 20% do PIB. Ele defendeu o enfrentamento do crescimento do gasto público com a manutenção do teto dos gastos, e não com elevação da carga tributária.