Segunda-feira, 21 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2025
O estresse é uma resposta natural que prepara o corpo para reagir a desafios e demandas.
Foto: ReproduçãoEmbora uma dose moderada de estresse possa ser útil, a exposição prolongada pode causar danos ao organismo. Especialistas em saúde afirmam que o estresse crônico contribui diretamente para diversos distúrbios psicológicos e fisiológicos, prejudicando a saúde mental e física e comprometendo a qualidade de vida.
No entanto, é possível mudar essa realidade e transformar o estresse em uma fonte de resiliência, em vez de exaustão.
O estresse é uma resposta natural do organismo diante de desafios e demandas. Ele aciona a liberação de hormônios que preparam o corpo para enfrentar situações adversas. A curto prazo, essa reação pode aumentar o foco e melhorar o desempenho.
Mas, segundo a Associação Americana de Psicologia, o estresse prolongado pode levar a problemas graves de saúde, como ansiedade, doenças cardiovasculares e baixa imunidade.
Fatores como trabalho, dificuldades financeiras e relacionamentos pessoais são causas comuns de estresse e, muitas vezes, inevitáveis. A diferença, segundo especialistas, está na duração dessa exposição: o estresse agudo, de curto prazo, pode ser benéfico, enquanto o estresse crônico provoca desgaste contínuo ao organismo.
Efeitos no corpo
O NHS, serviço público de saúde do Reino Unido, explica que o estresse desencadeia uma série de reações físicas, a partir da liberação de hormônios como o cortisol e a adrenalina. Entre os principais efeitos estão:
– aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, para garantir que o sangue oxigenado chegue mais rapidamente aos músculos;
– elevação dos níveis de açúcar no sangue, oferecendo energia imediata;
– supressão da digestão e do sistema imunológico, com redirecionamento de energia para enfrentar situações críticas.
Quando essa resposta se mantém por longos períodos, os impactos podem ser prejudiciais. A ativação constante da resposta ao estresse está relacionada a:
– ganho de peso, especialmente na região abdominal, devido à elevação persistente do cortisol;
– dificuldades de memória e concentração, causadas pela exposição contínua aos hormônios do estresse;
– distúrbios do sono, que afetam a capacidade de recuperação do organismo.
O NHS também alerta que o estresse crônico pode contribuir para o desenvolvimento de doenças cardíacas, problemas digestivos e transtornos mentais, como ansiedade e depressão.
Um aliado possível
“A resiliência não é algo que se tem ou não se tem – é uma habilidade que pode ser desenvolvida com o tempo”, afirma Golnaz Tabibnia, professora-assistente de pesquisa da Universidade da Califórnia em Irvine. Segundo ela, enfrentar ativamente os desafios, em vez de evitá-los, ajuda a construir resiliência.
De acordo com Tabibnia, ao enxergar o estresse como algo útil – e não como um inimigo –, as pessoas apresentam uma resposta fisiológica menos intensa diante das adversidades. Uma mudança de mentalidade, segundo a pesquisadora, pode reduzir a ansiedade e melhorar o desempenho cognitivo.
“Lidar ativamente com o estresse, em vez de evitá-lo, reconfigura o cérebro para administrar melhor os desafios futuros”, diz. “É como ir à academia: levantar pesos é estressante, mas nos fortalece.”