Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2017
O pior ataque em massa com armas de fogo na história norte-americana, realizado na madrugada dessa segunda-feira por um aposentado em Las Vegas, no Estado de Nevada, foi o 273º apenas em 2017, segundo a ONG Gun Violence Archive. Isso equivale a quase um incidente por dia, afinal os disparos na cidade-símbolo dos cassinos ocorreu no 275° dia do ano.
A ONG, que compila dados de todo o território norte-americano, define um ataque em massa quando quatro ou mais pessoas foram feridas ou mortas a tiros, sem incluir o atirador. Pela definição oficial do governo, só é considerado um ataque armado em massa quando morrem três pessoas, sem levar em conta o número de feridos. Por essa definição, com dados da ONG, este é o 38º incidente no ano a se enquadrar na modalidade.
Casos fatais
De acordo com as estimativas da ONG, mais de 300 pessoas morreram nos mais de 200 ataques, e outras 1,4 mil ficaram feridas. O estudo completo da organização mostra que, em todos os Estados Unidos, ao menos 11,6 mil pessoas foram mortas por disparos e outras 23,5 mil ficaram feridas em incidentes desse tipo. O número poderia ser ainda mais se os suicídios cometidos com armas de fogo fossem incluídos na contagem.
Até o momento, as autoridades norte-americanas não vinculam o massacre deste domingo – que deixou ao menos 59 mortos e mais de 500 feridos – ao terrorismo internacional, apesar de o ataque ter sido reivindicado pelo grupo Estado Islâmico. O autor dos disparos, que se suicidou, dispunha de dezenas de fuzis no quarto de hotel de onde abriu fogo.
Direito às armas
Apoiado em sua campanha eleitoral pela maior organização de defesa do direito à posse de armas de fogo, a NRA (Associação Nacional do Rifle, na tradução para o português), o presidente Donald Trump sempre foi um defensor feroz da Segunda Emenda da Constituição. O documento, cuja interpretação é objeto de ásperas discussões, estipula que não se pode atentar contra “o direito do povo de ter e portar armas”.
O polêmico líder republicano não deu até agora nenhum sinal de que fosse mudar a sua postura, que é alvo de questionamentos dentro e fora do país mas que também entusiasma a sua base eleitoral mais fiel, ou seja, os segmentos mais conservadores.
Na manhã dessa segunda-feira, Trump leu na Casa Branca uma mensagem ao país, por meio da qual classificou o ataque como “um ato de pura maldade”. Logo depois, um representante de seu gabinete divulgou nota oficial, argumentando que este não é o momento oportuno para um debate sobre o controle de armas.
“Há um momento e um lugar para o debate político, mas agora é o momento de nos unirmos como país”, ressaltou o comunicado. Em seguida, o texto acrescentou que há uma investigação em curso e que “seria prematuro discutir política quando não se sabe de todos os fatos”.
O incidente
Um homem norte-americano, identificado como Stephen Paddock, 64 anos, residente na cidade de Mesquite, também no Estado de Nevada, começou a atirar contra o público de um festival de música country . Ele estava no 32ª andar do Mandalay Bay Cassino, localizado na região do aeroporto de Las Vegas.
O evento, que reunia 40 mil pessoas, ocorria a céu aberto, nas imediações do cassino. Foram várias rajadas de tiros disparadas do alto do prédio. Inicialmente, parte do público pensou que se tratava de fogos de artifícios, mas depois percebeu que eram disparos de armas.
As primeiras informações apontavam que Stephen Paddock teria sido morto pela polícia. Depois, as autoridades corrigiram a informação, dizendo que o atirador cometeu suicídio. A relação do agressor com Marilou Danley, 62 anos, apontada como sua parceira, é investigada mas os detetives não acreditam no envolvimento de Danley no ataque. Ele teria cometido o ataque sozinho.