Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de janeiro de 2020
Os Estados Unidos podem enfrentar um longo conflito no Oriente Médio. Há cerca de 80 mil militares do país na região, espalhados por 12 países, em um total de 27 bases e instalações bem equipadas e com apoio pesado, o que inclui a presença de até dois porta-aviões nucleares, acompanhados de destróieres, cruzadores e quase sempre por um submarino de ataque.
Nessa estimativa, feita em setembro passado pelo Centro de Estudos Estratégicos de Washington, não foram contabilizados os complexos relativamente próximos mantidos no Afeganistão e no Paquistão. O mapa do sistema abrange o Bahrein (3 unidades), Djibuti (1), Egito (1), Iraque (1), Israel (2), Jordânia (1), Kuwait (4), Omã (6), Catar (2), Arábia Saudita (1), Turquia (2) e Emirados Árabes (3).
O Pentágono costuma fazer um rodízio constante no efetivo deslocado para operações permanentes, a fim de combater o estresse. Mas o número nunca é inferior a 65 mil. No território iraquiano o contingente permanente tem sido mantido na faixa de 5,1 mil soldados. E o presidente Donald Trump ordenou o envio de outros 3,5 mil.
As armas atômicas, 50 delas, ficam estocadas na Turquia, em uma célula de alta segurança da base de Incirlik. São do tipo B61-12, pequenas e com a tecnologia atualizada pela última vez há mais de 20 anos – mas são dez vezes mais potentes que as lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
No gigantesco conjunto dos Emirados Árabes, a base aérea de Al-Dhafra hospeda a 380ª Ala Expedicionária da Força Aérea americana. A frota transferida de Plattsburgh (EUA) abrange grandes jatos KC-10 com capacidade de realizar reabastecimento em voo, drones do tipo RQ-4 Global Hawk, aviões de alerta avançado e controle E-3 Sentry e aeronaves de espionagem U-2 Dragon Lady.
Há também um esquadrão dos caças F-22 Raptor, tão avançados que não podem ser exportados, pois uma lei federal protege suas características de baixa visibilidade aos radares e sensores de rastreamento. É uma máquina cara: o programa de desenvolvimento custou US$ 68 bilhões. Os exemplares dos lotes finais dos 187 jatos operacionais produzidos saíram por US$ 167 milhões – preço estimado.
Desde a década de 1980, diversos presidentes americanos teriam investido entre US$ 7 bilhões e US$ 11 bilhões em obras na rede de instalações. Em certos casos, o dinheiro produziu efeitos no setor civil. O aeroporto de Muscat, em Omã, serve às linhas comerciais e também à aviação militar.
Alvo prioritário
As bases norte-americanas seriam os alvos prioritários de uma eventual represália do Irã ao bombardeio que matou o general Qassim Suleimani, na última quinta-feira. De acordo com o também general Hussein Dehgahn, assessor de segurança do aiatolá Ali Khamenei, “a América agiu diretamente contra nós e nós reagiremos diretamente contra a América.”