Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de março de 2021
O chamado plasma convalescente é a parte líquida do sangue de um paciente curado que concentra os anticorpos produzidos para enfrentar o vírus após a infecção
Foto: EBCOs Institutos Nacionais dos Estados Unidos anunciaram na terça-feira (02) a suspensão dos ensaios clínicos sobre um tratamento com plasma para pacientes com Covid-19 porque seus resultados intermediários não mostraram benefícios.
Os testes desse procedimento, que envolve a transfusão de plasma de pessoas curadas de Covid-19, começaram em agosto. Pouco mais de 500 pessoas participaram do estudo após comparecer ao pronto-socorro de um hospital com sintomas leves ou moderados da Covid-19, que não necessitaram de internação. Os escolhidos também apresentavam fatores de risco como obesidade, hipertensão, diabetes ou doenças cardíacas.
Alguns receberam o plasma de curados da Covid-19 e outros um placebo. Os pesquisadores então registraram o número de pessoas que necessitaram de cuidados de emergência adicionais ou morreram nos 15 dias seguintes.
Um comitê que avaliou os dados determinou que “embora o plasma convalescente não tenha causado nenhum dano, é improvável que tenha beneficiado o grupo de pacientes estudados”, disse o NIH (Instituto de Saúde dos Estados Unidos) em um comunicado.
O chamado plasma convalescente é a parte líquida do sangue de um paciente curado que concentra os anticorpos produzidos para enfrentar o vírus após a infecção. No final de outubro um estudo realizado na Índia e publicado na revista médica BMJ concluiu que esse tratamento tinha uma “eficácia limitada”.
De acordo com os cientistas, ele falhou em reduzir a mortalidade ou prevenir o agravamento das condições em pacientes com sintomas moderados. Mais de 100.000 pessoas receberam esse tratamento nos Estados Unidos desde o início da pandemia e muitos mais no resto do mundo, de acordo com o NIH.
No final de agosto, e a pedido do então presidente Donald Trump, a FDA (agência de medicamentos dos Estados Unidos) autorizou com urgência o tratamento com plasma.
O então diretor da FDA, Stephen Hahn, admitiu posteriormente em uma coletiva de imprensa com Trump que ele estava errado ao citar números que superestimaram os benefícios do tratamento.
Recentemente, a FDA restringiu sua autorização de emergência apenas para plasma com alta concentração de anticorpos e para pacientes hospitalizados com graus pouco avançados da doença ou com baixa capacidade de gerar anticorpos.