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Variedades Os falsos chats de sexo que enganam homens pelo mundo com golpe elaborado

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Nicholas Akande treina novos candidatos no WhatsApp e no Skype. (Foto: Nicholas Akande/Instagram)

O cliente é um homem com 50 anos de idade nos Estados Unidos. A jovem branca atraente com quem ele conversa online é Gingerhoney, uma modelo que usa como imagem de perfil uma foto sua deitada na cama, de bruços. O cliente acha que a jovem está em algum lugar próximo, mas não faz ideia de que Gingerhoney, na verdade, é um homem em um local muito distante – a Nigéria.

Homens como esse, em todo o mundo, pagam centenas de dólares em websites adultos para conversar com o que eles acham que são mulheres jovens e atraentes, mas, na verdade, podem ser qualquer pessoa, segundo apurou a BBC.

Meses de coleta de evidências revelaram uma operação global por trás desses perfis falsos, que chegam da Holanda até os Estados Unidos e, via Suriname, à Nigéria, onde pode infringir leis rigorosas sobre a conduta digital e conteúdo adulto.

O estudante universitário nigeriano Abiodun (nome fictício) é uma das muitas pessoas que gerenciam perfis falsos em websites de encontros de propriedade da empresa holandesa Meteor Interactive BV.

Abiodun troca de perfis entre as dezenas de contas falsas administradas por ele nesses websites, mas sempre alega ser uma mulher branca jovem e atraente. Em um desses sites, ele é Gingerhoney, uma modelo com 21 anos de idade com um edredom rosa envolvendo sugestivamente sua cintura.

Ela se descreve como a melhor coisa do mundo, depois do mel, e incentiva os homens a chamá-la de Ginger (“ruiva”, em inglês) – “a mesma cor dos meus cabelos”.

Abiodun mantém, em algum lugar do seu computador, uma pasta com diversas imagens obscenas de Gingerhoney, para o caso de algum cliente pedir imagens eróticas. Essas fotos, incluindo a foto do perfil, são de bancos de imagens, retiradas de diversas fontes.

Ele não é o único com acesso ao perfil de Gingerhoney. Dezenas de outras pessoas a gerenciam 24 horas por dia, em turnos.

Abiodun e seus colegas usam uma ferramenta avançada de mapa para criar um local falso para Gingerhoney dentro de um raio de 50 km do cliente. Por isso, eles dão “match”. O cliente pagou pelo chat e, embora ainda não tenha dito, ele espera poder encontrá-la.

A inscrição nos websites é grátis, mas os clientes precisam assinar os pacotes, que custam de US$ 6 a US$ 300 (cerca de R$ 30 a R$ 1,5 mil), para receber ou enviar mensagens para as “mulheres”.

Abiodun afirma que, enquanto os clientes mais jovens querem encontrar fisicamente as mulheres que eles acham que estão nas suas proximidades, os clientes mais idosos se satisfazem com chats sobre sexo e fotos e vídeos eróticos.

O objetivo de Abiodun e de outras pessoas é manter esses assinantes nos websites pelo máximo de tempo possível, para que eles esgotem os seus créditos. Eles são instruídos para que cada mensagem tenha pelo menos 150 caracteres e termine “em aberto”, para que a conversa continue.

“É como um emprego de atendimento a clientes, com a diferença de que o cliente acha que está conversando com o diretor”, afirmou Abiodun à BBC.

A Meteor Interactive BV usa uma companhia terceirizada no Suriname – a Logical Moderation Solutions (LMS), fundada por um homem surinamês chamado Orano Rose – para recrutar, treinar e indicar seus funcionários nigerianos.

A reportagem encontrou evidências nas contas da LMS no WhatsApp, Telegram e Skype de que a companhia recrutou e treinou centenas de pessoas, principalmente nos Estados nigerianos de Lagos e Abuja. As vagas de emprego são anunciadas no Instagram, Twitter e Telegram e destinam-se ao exército de jovens formados desempregados da Nigéria.

Os empregos são anunciados como “funções online”, “vagas em marketing digital” ou “moderação de chats”, sem nenhuma menção ao conteúdo adulto que os funcionários precisarão gerenciar.

Nicholas Akande, diretor da LMS na Nigéria, contratou mais de 100 pessoas na primeira semana de julho e disse a elas que o emprego era legal. Ele também não respondeu aos pedidos de comentários da BBC.

Os candidatos também recebem aulas sobre a cultura, estilo de escrita e tendências de conversas nos locais onde moram seus clientes, para parecerem autênticos.

O treinamento pode durar alguns dias ou até uma semana. No final, eles recebem os detalhes de login nos sites, onde eles têm acesso a informações pessoais, como o endereço residencial, número de telefone e a idade dos assinantes.

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https://www.osul.com.br/os-falsos-chats-de-sexo-que-enganam-homens-pelo-mundo-com-golpe-elaborado/ Os falsos chats de sexo que enganam homens pelo mundo com golpe elaborado 2022-09-24
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