Sábado, 15 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de fevereiro de 2025
Com as indicações de Ainda Estou Aqui ao Oscar de 2025 nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz Principal, o Brasil retornou à premiação mais importante do cinema mundial após cinco anos de ausência. Ao todo, o País já concorreu à estatueta em outras quinze ocasiões diferentes, seja com produções nacionais ou co-produções com outros países. A vitória, no entanto, nunca veio. É a primeira vez que o Brasil concorre na principal categoria do prêmio.
Na categoria de Melhor Filme Internacional, foram cinco vezes: O Pagador de Promessas (na cerimônia de 1963), O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998), Central do Brasil (1999) e Ainda Estou Aqui (2025). O diretor Walter Salles é o cineasta brasileira com a maior quantidade de indicações ao prêmio, tendo sido o responsável pelas indicações de 1999 e 2025.
A primeira indicação ocorreu em 1963, no filme de Anselmo Duarte inspirado no clássico de Dias Gomes. Apesar de não ter vencido, o longa se tornou o primeiro filme sul-americano a concorrer ao Oscar. A obra, considerada um dos melhores filmes do cinema nacional, conquistou a Palma de Ouro do Festival de Cannes, sendo o único filme brasileiro a conseguir tal feito.
Já na década de 1990, o Brasil teve o seu melhor momento na premiação norte-americana. Ao todo, foram três indicações em um período de cinco anos. Em 1996, O Quatrilho disputou como Melhor Filme Internacional. Dois anos depois, foi a vez de O Que É Isso, Companheiro, longa sobre a ditadura militar com grandes nomes do cinema nacional como Pedro Cardoso, Fernanda Torres, Luiz Fernando Guimarães e Selton Mello.
Em 1999, Central do Brasil conseguiu duas indicações: Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz Principal. Fernanda Montenegro, no entanto, foi derrotada por Gwyneth Paltrow e o italiano A Vida É Bela foi consagrado ao invés do longa de Walter Salles. Até hoje, essa é considerada a maior frustração brasileira no Oscar.
Outra grande derrota do cinema brasileiro ocorreu em 2004, com as indicações à Cidade de Deus. O longa, considerado por muitos como um dos novos clássicos do cinema moderno, foi indicado para quatro categorias: Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem e Melhor Fotografia. Esnobado nas categorias de Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, a obra de Fernando Meirelles saiu da premiação de mãos vazias. É, no entanto, o longa brasileiro com maior número de indicações na história.
Há ainda outros dois destaques da indústria nacional, mas que não são reconhecidos como conquistas brasileiras por parte da Academia. O Beijo da Mulher-Aranha, de Hector Babenco, que concorreu em quatro categorias em 1986 e venceu uma — William Hurt como Melhor Ator Principal — e Orfeu Negro, que levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1960. Ambas são coproduções nacionais com outros países, mas o Oscar não reconhece os longas como brasileiros — o primeiro é estadunidense e o segundo francês, segundo a organização.
O Brasil também já foi indicado em outras três categorias. Raoni, em 1979, Lixo Extraordinário, em 2011, Sal da Terra, em 2015, e Democracia em Vertigem, em 2020, concorreram como Melhor Documentário. Já o longa O Menino e o Mundo e o curta Uma História de Futebol concorreram aos prêmios de Melhor Animação e Melhor Curta-metragem em Live Action, respectivamente.
Quais filmes brasileiros já foram indicados ao Oscar?