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Ali Klemt Os fones do egoísmo do bem

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

É bastante provável que você, assim como eu e mais metade da torcida do Flamengo, viva em um turbilhão de compromissos e obrigações, com ininterruptas enxurradas de informação e demandas. O resultado é um cérebro exausto e, como eu costumo dizer, “com o drive sobrecarregado”.

Sabe quando você tentar armazenar mais arquivos e recebe aquela notificação de “sua memória está 90% cheia”? O nosso corpo também manda essa mensagem, porém, de forma menos óbvia: ele nos freia fisicamente. Tipo “Ah, é, querida? Você re-al-men-te acha que pode absorver ainda mais isso? Então te liga, ‘bico de luz’!”. Aí vem aquela gripe, uma febre, dor de cabeça ou apenas um cansaço físico tão avassalador que te impede de se mexer – e isso nos casos mais leves.

Ainda bem que nosso corpo é uma máquina perfeita e dá sinais de alerta. Isso nos obriga a parar, reunir forças e prosseguir.

Os mais sábios, contudo, utilizam esses momentos de fraqueza para reflexão. Afinal, se nossa armadura está colapsada, o que isso significa? Há algo que devamos fazer para recauchutá-la? O que nos levou a esse ponto?

Para além dos cuidados com a saúde cuja inobservância pode ter te deixado de cama (esqueceu de levar o casaquinho e esfriou, né?), por trás disso há a questão da imunidade. E, mais profundamente, da nossa saúde emocional.

Não é novidade que vivemos na sociedade do cansaço, como mencionei lá no início do texto. Tampouco é nova a informação de que precisamos estar atentos à saúde mental, ainda mais em tempos de ansiedade e depressão a mil! Mas o que você, EFETIVAMENTE, tem feito pela qualidade da sua rotina espiritual? O quanto você REALMENTE aprendeu quanto à gestão das suas emoções? O que você, DE FATO, pratica pelo seu próprio bem?

Ui, essa doeu! Porque a verdade é que falar sobre hábitos saudáveis está na moda, mas praticá-los… bom, aí é outra história.

Antes de mais nada, precisamos compreender a importância de sermos “egoístas do bem”: isso se traduz em autoamor. É necessário, sim, evitar as pessoas tóxicas, as amizades que cobram, os compromissos aos quais você não quer comparecer. Não, você não precisa agradar todo mundo – e essa é uma das mais necessárias, porém também mais difíceis, lições que precisamos aprender para vivermos em paz.

A questão é que, para conseguir fazer isso, é preciso clareza: clareza de propósito e de prioridades. Qual é o seu objetivo maior nessa existência? E quais são aquelas coisas das quais você jamais abriria mão? Você tem que ter essa resposta na ponta da língua, sempre. Só assim, você conseguirá fazer as escolhas e tirar do caminho o que não faz sentido.

Uma vez, há muuuuuuito tempo, ouvi alguém dizer que a felicidade não é resultado de pequenos prazeres, mas de grandes realizações. E eu concordo plenamente. Veja, eu amo pequenos prazeres. Viver é colecionar momentos inesquecíveis. Mas o sentimento de satisfação decorre do investimento a longo prazo. Da plantação diária. Das escolhas em prol do que você quer. E é isso que deve nortear o nosso caminho.

Quando essa “ficha cai”, a vida se torna mais rica, porém imensamente mais simples. Você limpa a área e mantém no tabuleiro apenas as peças que importam. A sua visão se torna mais clara e se torna incrivelmente mais fácil afastar as distrações indesejadas da frente. Ou seja, o caminho se torna muito mais fluido.

Continuaremos tendo mil e um convites, demandas e informações não solicitadas. Porém, é possível colocar “os fones do egoísmo do bem” e trilhar o caminho com foco no destino e consciência das experiências do percurso.

Ali Klemt

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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