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Os mitos e verdades sobre mulheres ganharem menos

(Foto: Reprodução)

Você alguma vez já viu algum anúncio de vaga de emprego que diga “Precisa-se de auxiliar de pet shop. Para candidatas do sexo feminino, a remuneração será (hipoteticamente) de R$ 1.000, e para candidatos do sexo masculino, R$ 1.300”? Muito difícil, para não dizer impossível. O mito de que mulheres ganham menos vem de um longo passado que, realmente, ocasionou a entrada mais tardia das mulheres no mercado de trabalho, pois supostamente elas ficavam em casa cuidando dos filhos enquanto os maridos estudavam, qualificavam-se e ocupavam melhores posições em seus empregos. Isso já era. Atualmente as mulheres disputam de igual para igual na maioria dos cargos. Obviamente, os que exigem muita força física ou ambientes mais adversos terão mais candidatos do sexo masculino do que do feminino, mas, se a moça forte se mostrar capaz, ela pode, sim, ser contratada. Pare para pensar: todo empresário quer obter mais lucros nas suas empresas, então, se realmente o salário das mulheres fosse mais baixo, teríamos desemprego muito maior do sexo masculino do que do feminino, ao contrário do que mostra pesquisa do IBGE: em 2016 a taxa era de 10,7% para homens e de 13,8% para mulheres. A lei da oferta e da procura também ajuda a desvendar o conto machista que ronda a sociedade, já que, entre 1976 e 2011, as mulheres ativas no mercado de trabalho passaram de 28,8% para 46,1% (IBGE, março 2012). Então, nas profissões de que as mulheres gostam mais, a oferta de funcionárias cresceu mais do que a demanda.  Podemos resumir esse caso a uma questão de gosto; por exemplo, um censo médico de tempos atrás mostrava que são homens 80% dos cirurgiões plásticos – especialidade que remunera em média o dobro do que a preferida das meninas, que é dermatologia, na qual elas detêm 74% de participação. Sem contar as que escolheram ser professoras de colégio (62% das vagas na educação), que recebem menos do que as somente 20% que decidiram ser engenheiras. Portanto, essas estatísticas são questão de tempo e de escolha; não se preocupe com elas.

Theodora Cioccari é engenheira e associada do IEE.

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