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Os motivos para Bolsonaro retardar a escolha de seu candidato em 2026

Bolsonaro pretende propagandear a vitória de seus candidatos para pressionar o Congresso. (Foto: Divulgação)

A ascensão da direita nas eleições municipais deu fôlego a uma estratégia que Jair Bolsonaro já vinha colocando em marcha: segurar ao máximo a disputa por seu próprio lugar na sucessão presidencial de 2026. Bolsonaro pretende propagandear a vitória de seus candidatos para pressionar o Congresso pela aprovação de diferentes projetos confrontando o Supremo Tribunal Federal, com ênfase naqueles que propõem algum tipo de anistia a condenados pelo 8 de Janeiro e, se possível, a sua própria inelegibilidade.

Não é tão simples assim. Depois de um período de exílio doméstico para costurar as campanhas às prefeituras de Alagoas, Arthur Lira começa a voltar a Brasília para deflagrar a campanha por sua própria cadeira de presidente da Câmara. Diante do temor de aliados de que a tropa bolsonarista volte com a faca no dente para transformar a agenda pessoal do capitão reformado em exigência para apoiar o nome indicado por ele, o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), Lira tem dito que resolverá isso e evitará que anistia e projetos afins sejam transformados no cerne da discussão pelo controle da Casa.

De acordo com interlocutores do atual presidente, ele lembra que Bolsonaro já reiterou em algumas ocasiões que estará com o candidato apoiado por Lira. Além disso, o PL não vai querer ameaçar sua presença na Mesa condicionando a entrada na chapa de Motta a uma agenda que, se levada a ferro e fogo, afastaria o governo do acordo. Na sanha por lançar um movimento nacional por sua reabilitação política, Bolsonaro vai querer receber louros até por resultados no pleito atual para os quais pouco contribuiu.

Mesmo inelegível, o ex-presidente disse na última terça (22) que será o candidato da direita à Presidência da República em 2026. A declaração foi feita ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em coletiva de imprensa após almoço com o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Entretanto, Bolsonaro foi condenado duas vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023 e se tornou inelegível. Na coletiva, o ex-presidente disse que sofreu perseguição.

Questionado sobre a próxima eleição presidencial, Bolsonaro respondeu que o candidato escolhido “é o Messias” — que é seu nome do meio. Ele ainda afirmou que “o pessoal tem saudade” dele e que é o “ex mais amado do Brasil”.

“Quem é o substituto do Lula no Brasil na política? Não tem. De Bolsonaro? Tem um montão por aí. Eu colaborei formando lideranças, e estou muito feliz com isso. Só fiz um bom governo e o povo reconhece”, declarou.

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