Em uma disputa eleitoral, é importante ter todo o apoio possível. No entanto, às vezes a própria família pode surpreender, como aconteceu com Kevin Nicholson, candidato do Partido Republicano para o Senado dos Estados Unidos. Seus pais, democratas há anos, doaram a maior quantia permitida pela legislação para a campanha de sua adversária, a candidata democrata Tammy Baldwin.
Nicholson está disputando as eleições primárias do Partido Republicano contra o senador Leah Vukmir. Se vencer, disputará a eleição contra a senadora Baldwin no Estado de Wisconsin. Segundo registros federais, o pai e a mãe de Nicholson doaram cada um US$ 2.700 (cerca de R$ 8.900) para a campanha de Baldwin em dezembro. O casal tem um longo histórico de doações para candidatos democratas, e o próprio Nicholson já foi do partido.
Em nota, o candidato republicano disse que seus pais têm uma visão de mundo diferente da sua. “Não é uma surpresa para mim que eles estejam apoiando uma candidata como Tammy Baldwin, que tem uma visão parecida com a deles”. Nicholson acrescentou que escolheu ser conservador, já que não “nasceu assim”.
Negacionista também é candidato
Art Jones, 70 anos, é conhecido em Illinois pelas suas afirmações polêmicas de negação do Holocausto, mas também pelos seus comentários ao presidente Donald Trump, que, segundo Jones, está “rodeado por hordas de judeus, incluindo um da sua própria família, aquele sem préstimo Jared Kushner”.
As palavras foram proferidas num evento social de extrema-direita e filmado para a posteridade – e rapidamente circulou pelas redes sociais. “O Holocausto é o que eu disse que é: é uma raquete de extorsão internacional”, afirmou Jones numa entrevista publicada no Chicago Sun Times. Em 2012, o agora candidato afirmou também que o Holocausto é a “maior mentira na História”.
Hoje, Art Jones é o único candidato pelo Partido Republicano para ocupar o lugar afeto ao terceiro distrito de Illinois no Congresso norte-americano. Não é a primeira vez que tenta chegar ao Capitólio: em 2016 tentou concorrer ao Congresso, mas viu o seu objetivo falhar quando nenhuma das assinaturas de eleitores que precisava para se qualificar foi considerada válida.
Desta vez, o candidato aprendeu a lição. Antes de entregar as assinaturas recolhidas para poder avançar para esta corrida eleitoral, um advogado do Partido Republicano analisou-as, considerando-as válidas.
No passado, Jones foi visto comemorando o aniversário de Adolf Hitler com um uniforme da Alemanha nacional-socialista e protestando contra a criação de um museu sobre o Holocausto em Illinois, além de ser uma presença assídua em eventos neo-fascista. Também foi líder do Partido Nacional Socialista Americano e dirige agora um grupo chamado “Comité América Primeiro”.
O presidente do ramo Republicano do Estado do Illinois, Timothy Schneider, emitiu um comunicado afirmando que “se opõe veemente à visão racista de Jones e é contra a candidatura a um cargo público”. E acrescentou: “O Partido Republicano do Illinois e o nosso país não têm lugar para nazistas”.