Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de abril de 2024
Foi publicada em março de 2024 a edição anual do Relatório Mundial da Felicidade. Os países escandinavos, como a Finlândia, Dinamarca, Islândia e Suécia, continuam no topo da lista. Até aí, nenhuma surpresa. Mas um novo grupo de países tem subido no ranking da felicidade, de forma silenciosa, mas constante.
A pesquisa indica que, nos últimos três anos, países da Europa central e oriental ultrapassaram alguns dos seus vizinhos da Europa ocidental, em termos de felicidade geral.
Em 2024, a República Tcheca e a Lituânia atingiram pela primeira vez o top 20. Elas estão em 18º e 19º lugar, respectivamente, seguidas de perto pela Eslovênia, em 21º.
Em termos de comparação, o Reino Unido é o 20º colocado, a Alemanha vem em 24º, a Espanha em 36º e a Itália, em 41º. O Brasil ocupa a 44ª posição.
O mais interessante é que, em muitos desses países, o avanço pode ser diretamente atribuído ao aumento da felicidade dos moradores mais jovens.
A Lituânia, por exemplo, ocupa o primeiro lugar entre a Felicidade dos Jovens do mesmo relatório, avaliada entre pessoas com menos de 30 anos de idade. A Sérvia ocupa a 3ª posição, a Romênia vem em 8º, a República Checa é a 10ª e a Eslovênia ocupa o 15º lugar. O Brasil é o 60º da lista.
Os números da Europa central e oriental não surpreendem os moradores locais, nem as pessoas que viajam frequentemente para aquela região.
“Existem mais empregos decentes no país, de forma que [agora] os jovens não estão se mudando para trabalhar em outros lugares da Europa”, afirma Tim Leffel, autor do livro The World’s Cheapest Destinations (“Os destinos mais baratos do mundo”, em tradução livre).
“Na primeira vez em que visitei a Romênia e a Bulgária, uma década atrás, algumas aldeias estavam repletas de idosos”, ele conta. “Agora, você vê muito mais mistura entre as idades. Quando os jovens permanecem, aumenta a esperança de todos no futuro.”
Com seu PIB per capita em franco crescimento desde o início dos anos 2000, muitos moradores da Europa central e oriental agora percebem que têm iguais chances de serem felizes — o que é um importante indicador do bem-estar em geral. De fato, o relatório concluiu que a desigualdade do bem-estar tem efeito ainda maior sobre a felicidade geral do que a desigualdade de renda.
Além do crescimento econômico, esses países estão investindo em infraestrutura, promovendo cenários culturais vibrantes e capitalizando sua estonteante beleza natural — desde as dunas de areia formadas pelo mar no istmo da Curlândia, que se estende pela Lituânia e pela Rússia, até a biodiversidade dos montes Cárpatos, na Romênia.
O resultado é uma sensação palpável de otimismo e entusiasmo entre os moradores locais.
Lituânia
Ocupando o 19º lugar no índice geral e a primeira posição entre os moradores com menos de 30 anos de idade, a Lituânia observou notáveis melhorias da qualidade de vida nas últimas décadas, segundo seus moradores.
“A maioria das pessoas da Lituânia se sente muito feliz, especialmente as gerações mais jovens”, afirma a lituana Jurga Rubinovaite, fundadora e CEO (diretora-executiva) do blog de viagens Full Suitcase.
“Mesmo com a guerra na Ucrânia e os comentários constantes no noticiário sobre a crescente possibilidade de expansão da guerra para os Estados bálticos, as pessoas parecem estar apreciando e aproveitando a vida como nunca antes”, ela conta.
Ela atribui esta sensação ao fato de que as pessoas são livres para estudar, trabalhar e viajar para onde quiserem desde 1990, quando a Lituânia conseguiu a independência da União Soviética.
Romênia
Embora ocupe apenas a 32ª posição geral, a Romênia observou um dos maiores saltos do mundo em termos de felicidade na última década.
O país ocupava o 90º lugar no Relatório Mundial da Felicidade de 2013. E, também aqui, o salto foi impulsionado principalmente pelos jovens, que colocaram a Romênia na oitava posição entre as pessoas com menos de 30 anos de idade.
Especialistas atribuem este otimismo ao aumento da liberdade e das oportunidades.
Em março de 2024, a Bulgária e a Romênia se tornaram os mais novos Estados membros da área Schengen da União Europeia, que garante o livre movimento de cidadãos e visitantes sem controles nas fronteiras. A Romênia também recebeu grandes investimentos em infraestrutura, que melhoraram a qualidade de vida dos seus moradores e visitantes.
República Tcheca
Ocupando o 18º lugar na felicidade geral e a 10ª posição entre os menores de 30 anos, a República Tcheca vivencia um ressurgimento da sua comunidade e cultura nos últimos anos, que causou o aumento dos seus níveis de felicidade.
“Os apartamentos e outras moradias costumam ser menores por aqui, o que aumenta a importância do acesso aos ‘espaços terceirizados’, como parques, bares e cafés”, afirma Michael Rozenblit, fundador do site de viagens The World Was Here First. Ele mora na capital Tcheca, Praga, há dois anos. As informações são da BBC News.
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