Terça-feira, 29 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2024
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de anular todas as condenações de José Dirceu (PT) na Operação Lava-Jato abre o caminho para o ex-chefe da Casa Civil de Lula disputar as eleições de 2026. As informações são da coluna de Igor Gadelha, do Portal Metrópoles.
Aliados de Dirceu disseram à coluna que o petista mira uma vaga na Câmara dos Deputados. Ele pretende disputar o pleito por São Paulo, Estado com maior número de cadeiras na Casa.
Foi já de olho nas próximas eleições, inclusive, que o ex-ministro passou uma temporada na capital paulista, durante a campanha municipal de 2024, ajudando Guilherme Boulos (PSol). Boulos foi derrotado nas urnas pelo atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Ao ser questionado na manhã dessa terça-feira (29), Dirceu não negou a possibilidade de ser candidato em 2026. “Veremos no final de 2025”, disse o ex-ministro de Lula.
O que pensa o PT
Alguns petistas dizem não ver problemas na candidatura de Dirceu à Câmara dos Deputados em 2026. De acordo com essas fontes, mesmo após o mensalão, o petista mantém forte influência no partido.
Os aliados de Lula rechaçam, entretanto, qualquer possibilidade de o ex-todo poderoso ministro da Casa Civil voltar a ocupar um cargo no terceiro mandato do petista à frente do Palácio do Planalto.
Decisão
Conforme noticiou o Portal Metrópoles, Gilmar Mendes anulou todas as condenações contra José Dirceu na Operação Lava-Jato. O ex-ministro havia sido condenado pelo então juiz Sergio Moro em 2016.
Juntas, as condenações na Lava-Jato somavam 23 anos de prisão. Ele foi condenado por crimes como corrupção passiva, recebimento de vantagem indevida e lavagem de dinheiro.
Agora, Mendes estendeu os efeitos da decisão da 2ª Turma do STF, que havia declarado Moro suspeito para atuar em processos contra Lula, e anulou as condenações de Dirceu.
PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra a solicitação da defesa do ex-ministro José Dirceu, que pedia a revogação de suas condenações na operação Lava-Jato.
O parecer, assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet Branco, foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em abril, sob sigilo. No documento, o procurador destaca que as condenações de Dirceu e do presidente Lula se basearam em processos diferentes, argumentando que não faz sentido aplicar a suspeição do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) aos casos do ex-ministro petista.