Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2024
No Brasil, uma pessoa passa a ser considerada idosa a partir dos 60 anos — tema de um projeto de lei que visa aumentar essa idade para 65 anos. No entanto, uma pesquisa da Universidade Stanford encontrou evidências de que o envelhecimento começa bem antes disso, aproximadamente aos 34 anos. O pico da velhice, segundo o estudo, acontece por volta dos 78 anos.
Os pesquisadores analisaram os níveis de proteínas no plasma sanguíneo de mais de 4 mil indivíduos, variando de 18 a 95 anos, a fim de determinar quando as primeiras mudanças significativas relacionadas ao envelhecimento começam a ocorrer. Este exame não considerou a idade cronológica, mas sim a variação dos níveis de proteínas no sangue.
O envelhecimento é um fator de risco significativo para diversas doenças crônicas que afetam a longevidade. Segundo os cientistas, a aceleração do relógio biológico traz alterações externas visíveis, como rugas, cabelos brancos e redução da audição e visão. No entanto, essas mudanças começam muito antes e de forma interna. As primeiras mudanças notadas pelos pesquisadores começam aos 34 anos.
Conforme envelhecemos, o corpo passa por várias fases: a idade adulta dos 34 aos 60 anos, a maturidade tardia dos 60 aos 78 anos, e após os 78 anos, entra a fase que eles denominam velhice. Especificamente nesta fase, os sinais exteriores do envelhecimento ficam mais proeminentes.
Cálculo
Para determinar o início do envelhecimento, a equipe de Stanford mediu os níveis de 3 mil proteínas em 4,2 mil pessoas. Eles descobriram que alterações em 373 proteínas estão relacionadas com o processo de envelhecimento. “Já sabemos há muito tempo que medir certas proteínas no sangue pode fornecer informações sobre o estado de saúde de uma pessoa”, afirma Tony Wyss-Coray, professor de neurologia e um dos autores do estudo.
Os dados foram analisados em conjunto, e os resultados mostraram que, quando os níveis dessas proteínas sofrem mudanças substanciais, o indivíduo também passa por alterações significativas. Dessa forma, os pesquisadores conseguiram criar uma maneira eficaz de rastrear as etapas do envelhecimento.
Primeiros sinais
À medida que envelhecemos, os sinais ficam mais evidentes. Aqui estão alguns dos mais comuns:
* Rugas e linhas de expressão: A pele perde elasticidade e começa a mostrar marcas.
* Cabelos brancos: A perda de pigmentação nos fios é um marcador comum.
* Redução da visão e audição: A eficiência dos nossos sentidos diminui gradativamente.
* Maior lentidão: Movimentos tornam-se mais lentos e há um aumento na incontinência urinária.
Inteligência artificial
Com base nos resultados deste estudo e de outras pesquisas, a equipe de Stanford desenvolveu um algoritmo de inteligência artificial (IA) capaz de avaliar a idade biológica de diferentes órgãos e prever o risco de falha desses órgãos. Esta tecnologia poderá permitir intervenções precoces, melhorando a qualidade de vida e promovendo uma longevidade mais saudável.
O avanço na compreensão do envelhecimento é um passo significativo para o desenvolvimento de tratamentos que possam mitigar os efeitos adversos da idade. Segundo os pesquisadores, isso pode levar a uma vida mais longa e saudável para muitos.