É consenso na comunidade médica que o câncer de intestino, quando descoberto precocemente, tem maiores chances de cura. Entretanto, a doença é frequentemente descoberta de maneira tardia, em estágio avançado. Por isso, especialistas fazem alertas para alguns sinais que podem aparecer bem antes do diagnóstico.
De acordo com cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Washington, existem quatro sinais do câncer de intestino que podem aparecer até dois anos antes do diagnóstico.
Confira
Constipação frequente;
Sangramento pelo canal anal ou presença de sangue nas fezes;
Diarreia constante;
Histórico de anemia por deficiência de ferro.
Segundo os cientistas, esses quatro sinais principais geralmente aparecem entre três meses e dois anos antes do diagnóstico.
Outros sinais para câncer de intestino são: fadiga, fraqueza, cólicas, dores abdominais intensas, sensação de não ter esvaziado completamente o conteúdo retal após a evacuação e dores ao sentar-se.
Aumento
A mortalidade por câncer colorretal cresceu 20,5% na América Latina entre 1990 e 2019, diferentemente da tendência observada em países de alta renda, que registram uma queda na taxa, mostra um estudo da Fiocruz, do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. O objetivo dos pesquisadores era associar a mortalidade aos dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
“O câncer colorretal é um dos mais sensíveis à desigualdade”, diz Raphael Guimarães, pesquisador da Fiocruz e um dos líderes do trabalho. “Os fatores de risco são bem conhecidos, mas queríamos investigar o efeito do contexto, e não só os hábitos de vida.”
Esse tipo de tumor está associado aos hábitos alimentares, com dieta muito rica em carne vermelha e alimentos ultraprocessados e pobre em frutas e verduras, além de sedentarismo e obesidade. Mas, segundo dados do Instituto Oncoguia, com o diagnóstico precoce em um tumor localizado, a sobrevida de um paciente em cinco anos pode chegar a 90%.
Os pesquisadores identificaram três grupos de países na América Latina que refletem a desigualdade da região e um paradoxo: aqueles com os menores índices de IDH, como alguns da América Central, têm a menor mortalidade, enquanto países intermediários, como o Brasil, têm melhor IDH, mas mortalidade mais alta. “Isso se explica porque nos países menos desenvolvidos muitas vezes faltam registros da doença e, às vezes, ela nem sequer chega a ser diagnosticada. Além disso, a população ainda consome menos alimentos associados à doença, daí a menor incidência”, explica Guimarães.