Por Redação O Sul | 8 de fevereiro de 2025
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, organização que promove o Oscar, vai selecionar neste ano até 20 pessoas para participarem de um vídeo falando sobre o seu filme favorito entre os dez indicados para melhor filme, a principal categoria da maior premiação do cinema internacional.
O brasileiro Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, é um dos concorrentes a melhor filme do Oscar de 2025. Com ele concorrem: Anora, de Sean S. Baker; O Brutalista, de Brady Corbet; Um Completo Desconhecido, de James Mangold; Conclave, de Edward Berger; Duna: Parte 2, de Denis Villeneuve; Emilia Pérez, de Jacques Audiard; Nickel Boys, de RaMell Ross; A Substância, de Coralie Fargeat; e Wicked, de Jon M. Chu.
Os participantes do vídeo serão selecionados aleatoriamente com base em informações básicas preenchidas em um formulário no site oficial da Academia. O documento, disponível desde segunda-feira, 3, pede nome, sobrenome, e-mail, país, Estado, CEP e oferece um espaço para selecionar o filme do qual a pessoa pretende falar. A pessoa que for aparecer no vídeo tem de ser maior de 18 anos.
Seleção
O formulário ficará disponível no site oficial da Academia até 16 de fevereiro. Depois dessa data, os selecionados serão notificados por e-mail e solicitados a enviar um vídeo falando sobre o seu filme favorito.
O vídeo com as pessoas escolhidas será editado pela produção da premiação e exibido na cerimônia do Oscar em 2 de março, em Los Angeles.
Prêmio Goya
Em outra frente, o filme Ainda Estou Aqui venceu o prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-americano na noite desse sábado (8). O longa foi o primeiro representante brasileiro entre os indicados à premiação na história. A divulgação dos vencedores aconteceu em Granada, na Espanha.
Walter Salles não esteve presente, mas contou com um representante para receber a estatueta: Jorge Drexler, cantor uruguaio que trabalhou com o diretor em Diários de Motocicleta (2005, ocasião em que venceu o Oscar de melhor canção original por Al Otro Lado Del Rio). Ele leu uma mensagem escrita por Salles, na qual dedica a vitória ao cinema brasileiro, a Eunice Paiva e sua família, Fernanda Montenegro e Fernanda Torres.
“Estou profundamente agradecido à Academia e todos os acadêmicos por essa grande honra. Esse prêmio é muito especial para nós, não só por ser a primeira vez que um filme brasileiro é indicado. É uma grande honra pela admiração que tenho pela cultura ibero-americana como um todo, pela admiração que tenho pelo cinema espanhol e por cineastas que influenciaram minha formação”, constou na mensagem.
A premiação é considerada como um ‘Oscar do cinema espanhol’ por conta de sua relevância nacional, apesar de os votantes, filmes elegíveis e estilo dos premiados serem diferentes do evento de Hollywood.
Ainda Estou Aqui venceu o uruguaio Agarrame Fuerte, o argentino El Jockey, o chileno No lugar da Outra e o costa-riquenho Memorias de un Cuerpo que Arde.
Vale destacar que o principal rival do longa brasileiro no Oscar de Melhor Filme internacional, Emília Perez (França), concorria em outra categoria, a de Melhor Filme Europeu. Outro competidor direto, Flow (Letônia), também estava indicado nela.
Ainda Estou Aqui é dirigido por Walter Salles e retrata a história de Eunice Paiva (Fernanda Torres), que foi casada com o ex-deputado federal Rubens Paiva (Selton Mello), desaparecido e morto durante a ditadura militar brasileira (1964-1985).
O longa emplacou indicações importantes nas premiações internacionais de cinema em 2025. Entre elas, o Oscar, que será realizado em março, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, para Fernanda Torres. A artista ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz de drama em janeiro. (Estadão Conteúdo)
