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Por Redação O Sul | 29 de dezembro de 2015
Osteoporose significa “osso poroso”. É uma doença progressiva de perda de massa óssea, que se desenvolve de forma imperceptível, sem sintomas ou dor, até a ocorrência de uma fratura, que geralmente ocorre no pulso, na coluna, no quadril ou no fêmur, que é o ponto mais grave. Atualmente, essa doença atinge uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens acima de 50 anos no mundo.
A maior prevalência da osteoporose entre mulheres ocorre nos anos imediatamente posteriores à menopausa, quando elas produzem menos estrogênio, que protege contra a perda óssea. Mas não é apenas nessa faixa etária que é preciso estar atento.
Fatores socioculturais e alimentação deficiente podem levar a uma fragilização dos tecidos dos ossos e ao raquitismo antes disso. Fatores agravantes, como baixa ingestão de cálcio ou vitamina D, fumo, consumo excessivo de bebida alcoólica, vida sedentária e histórico familiar também são observados em indivíduos que desenvolvem a osteopenia, um estágio anterior à osteoporose. Como se trata de uma doença silenciosa, o diagnóstico acontece após exames de rotina, por volta dos 35 ou 40 anos, onde se percebe alterações nos níveis de cálcio e vitamina D nos exames de urina e sangue. Se houver suspeita, o médico encaminha o paciente para um reumatologista.
Para reverter o quadro, recomenda-se o consumo ou suplementação de cálcio, exposição ao sol (que estimula a produção de vitamina D no corpo) e exercícios físicos.
Ingestão de cálcio.
A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da Fundação Internacional de Osteoporose é de que haja um consumo de 1 grama de cálcio por dia. Os valores variam para crianças e gestantes: 500 miligramas entre 1 e 3 anos, 800 miligramas entre 4 e 8 anos, 1.300 miligramas entre os 9 e 18 anos e miligramas para grávidas.
Para obter essa quantidade, a principal fonte de cálcio são os alimentos lácteos: leite e seus derivados. Segundo o reumatologista e representante da Fundação Internacional de Osteoporose no Brasil, Cristiano Zerbini, a alimentação normal do brasileiro (arroz, feijão, salada e carne) fornece cerca de 200 miligramas por dia. Incluir um copo de leite, um copo de iogurte e uma fatia de queijo leva esse valor ao nível desejado. E mais: tirar a gordura do leite não influi no nível de cálcio. Portanto, as pessoas podem fazer consumo de leite semidesnatado ou desnatado, sem nenhum problema.
Exercícios ajudam a regeneração óssea.
Segundo o fisioterapeuta Helder Montenegro, os exercícios devem ser feitos de maneira preventiva, inclusive. Ele recomenda exercícios de cadeia fechada, que trabalha diversos grupos musculares e são mais seguros para as articulações, como exercícios funcionais e com impacto, que estimulam a contração muscular e, portanto, a regeneração óssea. Em pessoas idosas, a fisioterapia ajuda também no controle do corpo e no equilíbrio.
Estímulo da vitamina D através do Sol.
A exposição aos raios ultravioletas do tipo B (UVB) ativa o funcionamento da vitamina D, que facilita a absorção do cálcio pelo organismo. Por isso, recomenda-se exposição entre 10h e 14h sem proteção durante 15 minutos, três vezes por semana.
Crianças com deficiência da vitamina D podem ficar raquíticas (ossos com deformações: pernas arqueadas, deformação dos ossos da bacia e esterno projetado), ter problemas para dormir, irritabilidade, desenvolver miopia, diarreia, ossos fracos e dificuldade de metabolização de outras vitaminas.
O excesso de vitamina D, contudo, pode levar a saída de cálcio dos ossos e acúmulo nos rins, formando cálculos renais. (AG)