O contrato mais líquido do ouro fechou novamente em alta nesta segunda-feira (7), estendendo os ganhos da sessão anterior. Os preços das commodities em geral vêm sendo beneficiados pela escalada da tensão entre Ucrânia e Rússia, com o Ocidente ameaçando impor novas sanções à última. Nesta segunda, o mercado ficou na expectativa pelo avanço das negociações entre os dois países, porém nenhuma decisão concreta foi tomada.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril subiu 1,49%, a US$ 1.995,90 por onça-troy.
O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak, que representa o país nas negociações com a Rússia, afirmou que a terceira rodada de tratativas entre as delegações teve pequenos avanços na melhoria da logística dos corredores humanitários.
Segundo ele, “até hoje, não há resultados que melhorem significativamente a situação até agora”. Enquanto isso, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos deve votar nesta terça-feira (8) a legislação que procura proibir a importação de produtos energéticos russos e suspender relações comerciais normais com o país, segundo um assessor citado pela Reuters.
De acordo com o Julius Baer, a gravidade da guerra na Ucrânia e a incerteza em torno de sua trajetória futura alimentaram a compra de ouro por aqueles que buscam refúgio.
“Uma nova escalada provavelmente elevaria ainda mais os preços. Em suma, a questão do ouro como seguro é se a situação vai piorar ou se vai melhorar. Os investidores que veem o potencial de uma piora podem buscar alguma proteção no ouro, mas precisam estar cientes de que os preços provavelmente recuarão se sua suposição não for verdadeira”, analisa o banco suíço, em relatório enviado a clientes.
Para o Commerzbank, o aumento no preço do ouro reflete a alta aversão ao risco, com a situação na Ucrânia se agravando ainda mais. Segundo o banco, diante desse cenário, apenas uma atenção marginal foi dada ao fato de que o mercado de trabalho dos EUA ainda é muito robusto, conforme relatado na sexta-feira, e que muitos novos empregos foram criados em fevereiro.
“Como o mercado de trabalho está se tornando cada vez mais apertado, o que está elevando os riscos de inflação, o Fed provavelmente aumentará as taxas de juros na próxima semana”, destaca, referindo-se ao Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que anuncia decisão de política monetária no dia 16.