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Pablo Marçal admite que ficou preso de 3 a 4 dias após condenação em 2010

Candidato do PRTB e pastor entraram em rota de colisão por conta da presença do ex-coach no ato bolsonarista do 7 de Setembro. (Foto: Reprodução/GloboNews)

O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, foi questionado em entrevista à GloboNews sobre a condenação por furto qualificado em 2010, em primeira instância.

A condenação, no caso, foi em relação à Operação Pégasus, deflagrada pela Polícia Federal em 2005 e que teve como objetivo desmantelar uma quadrilha especializada em invadir contas bancárias por meio da internet.

Na época, o jornal Folha de S.Paulo divulgou que a ação aconteceu simultaneamente nos estados de Goiás, Pará, Distrito Federal, Tocantins, Maranhão, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.

Ainda segundo o jornal, a investigação da PF afirma que, além de fazer a manutenção dos computadores da quadrilha, Marçal operava um programa responsável por captar emails para os quais seriam enviados spams.

Pablo Marçal admitiu à GloboNews que chegou a ficar de 3 a 4 dias preso na Superintendência da Polícia Federal em 2005. Porém, negou saber do esquema e disse que atuava apenas fazendo manutenção de computadores para um dos envolvidos.

“Quando isso aconteceu eu ganhava R$ 350 para ajudar em casa. Está aqui minha carteira de trabalho, meu segundo emprego numa empresa de call center. Nunca fiquei pagando para bandido, ladrão. Trabalhei para esse cara, foi pastor na igreja que frequentava e tinha nível de confiança. Eu precisava ganhar R$ 350.”

E emendou: “Eu lamento precisar ter consertado os computadores desse canalha. É uma pena muito grande, uma mancha na minha história. Não tenho um pingo de vergonha. Ano que vem vai fazer 20 anos disso. É o que eu falo, se você quiser pegar uma situação de 20 anos atrás, vamos ter que relembrar o presidente Lula. Todas as vezes temos que relembrar quem teve processo porque o do Lula foi esses dias, agora. Cumpriu cadeia esses dias. Estamos falando de coisa minha 20 anos atrás”.

“Estão colocando pressão no partido, está todo mundo contra mim e está tudo certo. Derrubaram minhas redes sociais. Tudo contra mim. Estou achando que estou no seriado ‘Todo Mundo Odeia o Cris’. Eu quero ajudar, cresci no trabalho honesto. Aconteceu esse episódio, ganhei R$ 350 e me ferrei. Aprendi demais e odeio injustiça. Não tenho vergonha e já tinha falado na internet.”

“Fui injustiçado, muita coisa que fiz na vida foi bobeira minha mesmo, todo mundo erra. Temos um presidente que fez a maior quadrilha, desviou mais de um trilhão, e vocês estão pegando que eu peguei R$ 350 para ajudar na minha casa? Fiquei três ou quatro dias na Superintendência da Polícia Federal”, admitiu.

Teleféricos

Ainda durante a entrevista, Marçal admitiu, pela primeira vez, que será preciso fazer um teste para analisar a viabilidade da implantação de teleféricos nas comunidades da capital paulista, proposta de governo divulgada por ele desde o começo da campanha eleitoral.

Na entrevista, o candidato ressaltou que a ideia é que seja feita uma Parceria Público-Privada e citou sobre a importância de se realizar um MVP, sigla em inglês para “Minimum Viable Product” ou “Produto Mínimo Viável”, que é quando o empreendedor oferece o mínimo de funcionalidades para conhecer na prática a reação do mercado, a compreensão do cliente e se ele soluciona o problema do consumidor.

“Quero transformar as comunidades em centros gastronômicos, hoteleiros, empreendedorismo. É fazer um circuito entre as comunidades para termos investimentos nesses lugares e você não vai pagar nem a prefeitura. Vai ser uma Parceria Público-Privada. Não é a solução de trânsito da cidade […] na verdade isso é para a comunidade porque ninguém quer investir na comunidade porque aquilo lá é um sequestro da esquerda.”

“Eu quero fazer um MVP [Minimum Viable Product/ Produto Mínimo Viável] em uma comunidade e o povo falar: ‘Isso aqui funciona’. Pegar a que tem mais necessidade. Vamos pegar Paraisópolis, por exemplo. Vamos escolher uma, que ainda não está escolhida, e vamos falar: ‘Vocês aprovaram?'”

E complementou: “O problema do gestor público que faz contrato de R$ 20 bilhões, R$ 30 bilhões na prefeitura é que ele não testa. O gestor público precisa fazer MVP das coisas. Inclusive não vai custar nada para a prefeitura, não sei qual a dor disso. Imagina um transporte de 20 quilômetros por hora, é ecológico e silencioso. Claro que tem que testar, é que nem namoro. Você tem que namorar para ver se presta, depois vai para o noivado e depois você casa. Tem que ser testado, viabilizado. Sou inteligente suficiente para remover a ideia”.

“É só para as comunidades, quero abençoar as comunidades. E se de alguma forma não for viabilizado, está tudo bem. Não sou um jumento que quero fazer uma coisa e vou obrigar o povo a fazer. Não quero sequestrar o povo em uma ideia. Quero investir, testar e, se funcionar, a gente amplia.”

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