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Padrasto acusado de matar enteado chega ao Brasil após extradição da Espanha

Guilherme Longo estava em Barcelona e chegou em São Paulo neste sábado. (Foto: Reprodução)

A pedido do governo brasileiro, a Espanha extraditou Guilherme Longo, foragido do País. Ele retorna para responder pelo assassinato do pequeno Joaquim Pontes Marques, seu enteado de três anos. Foragido do Brasil desde 2016, Guilherme Raymo Longo estava escondido em Barcelona.

O Ministério da Justiça informou que Longo chegou ao Brasil, escoltado por policiais federais, na manhã deste sábado, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Ele foi encaminhado para a Penitenciária Tremembé II, no interior paulista, onde deverá permanecer preso até seu julgamento.

Os procedimentos para que o processo fosse concluído foram realizados em parceria com a Espanha pela Autoridade Central Brasileira, exercida pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, com auxílio da Polícia Federal/Interpol e do Ministério das Relações Exteriores.

Guilherme Longo havia sido preso no Brasil em 2013, após a localização do corpo da criança, mas conseguiu habeas corpus, em fevereiro de 2016, para responder pelo crime em liberdade. Em dezembro do mesmo ano, fugiu do País com documentos falsos para o Uruguai e depois seguiu para a Espanha.

Em abril de 2017, Longo foi preso em Barcelona, por força da difusão vermelha da Interpol, após denúncia de seu paradeiro. No mês seguinte, o Juízo da 2ª Vara do Júri e das Execuções Criminais da Comarca de Ribeirão Preto (SP) transmitiu ao Ministério da Justiça e Segurança Pública a documentação que formalizava o pedido de extradição, a qual foi prontamente transmitida ao governo da Espanha.

Em novembro de 2017, o Estado brasileiro foi oficialmente comunicado da decisão favorável da Espanha de extraditar Guilherme Longo, autorizando sua entrega às autoridades brasileiras.

Na decisão do Poder Judiciário espanhol, proferida em 10 de outubro de 2017, consta o deferimento da extradição de Longo, excluindo o pedido relativo ao crime de ocultação de cadáver, pela conduta não estar tipificada na legislação penal espanhola. O tempo de prisão provisória cumprido pelo brasileiro na Espanha também, deverá ser computado como período de cumprimento de pena

O Crime

Joaquim Ponte Marques desapareceu de casa em Ribeirão Preto, no interior paulista, em novembro de 2013, e uma semana depois foi localizado boiando no Rio Pardo, localizado em Barretos (SP). As investigações concluíram que Joaquim morreu depois de receber uma alta dosagem de insulina aplicada por Guilherme Longo. Depois do crime, ele jogou o corpo no córrego que fica perto da casa onde a família morava.

O MP (Ministério Público) acusou o padrasto de cometer o crime e a mãe de ser cúmplice. O padrasto, Guilherme Longo, e a mãe do menino, Natália Ponte, respondem por homicídio triplamente qualificado. Longo ainda é acusado de ocultação de cadáver e foi solto no início de 2016 após ter um pedido de habeas corpus acatado por unanimidade pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Perfil e internações

Longo tem dois irmãos mais novos. Ele foi adotado pelos pais ainda bebê e foi uma criança hiperativa e começou a praticar jiu-jitsu e era um adolescente aparentemente tranquilo. Aos 20 anos, Longo começou os estudos no primeiro dos quatro cursos universitários que tentou fazer. Nessa época, a família descobriu que ele usava drogas.

Dois anos depois, ele montou uma empresa de informática, mas logo decidiu viver no exterior. Longo viajou para a Irlanda, onde trabalhou por quase dois anos. Ele continuava usando drogas e a família decidiu trazê-lo de volta ao Brasil.

Desde então, ele foi internado três vezes em clinicas para tratamento de dependentes químicos. Em uma das internações, na cidade de Ipuã (SP), ele conheceu Natália Pontes, mãe de Joaquim. Ela era psicóloga da clínica. Eles tiveram um relacionamento e passaram a viver juntos em Ribeirão Preto.

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