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Política Padrinhos eleitorais: duelo entre Bolsonaro e Lula ficou só nas bolhas das redes sociais

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Ausência de padrinhos nas campanhas fez com que polarização se restringisse às bolhas ideológicas das redes sociais. (Foto: Reprodução)

Eles anunciaram um duelo nas eleições municipais, porém a ameaça ficou no papel. Em São Paulo, a capital mais cobiçada dessa disputa, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mergulhou na campanha de Guilherme Boulos (PSOL), candidato apoiado pelo PT, nem o ex-presidente Jair Bolsonaro entrou como cabo eleitoral do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre a novo mandato com apoio do PL.

Desde que ocupou o Palácio do Planalto pela primeira vez, em 2003, Lula nunca esteve tão ausente de um confronto político. No segundo turno, desembarcou apenas em Fortaleza (CE), Natal (RN) e Camaçari (BA). O presidente pretendia participar ontem de uma caminhada na Avenida Paulista com Boulos e Marta Suplicy (PT), vice na chapa, entretanto desmarcou o compromisso. Os médicos o aconselharam a não viajar de avião depois que ele caiu no Palácio da Alvorada, bateu a cabeça e precisou levar pontos.

Bolsonaro, por sua vez, apareceu ao lado de Nunes somente na última terça-feira (22). Até então, não havia pedido votos para o prefeito nem mesmo no horário eleitoral gratuito porque, segundo interlocutores, se sentiu preterido e ficou irritado.

Pesquisas feitas pelo comitê de Nunes sempre apontaram que o prefeito perderia mais do que ganharia ao colar sua imagem à de Bolsonaro. Um estudo preparado pelo marqueteiro Duda Lima também indicava que a capital paulista tinha perfil de centro-esquerda.

“A direita perturbou o Bolsonaro no começo, com a entrada do Pablo Marçal. A eleição estava tranquila. Aí veio o Marçal explodindo, xingando todo mundo”, disse ao Estadão o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. “Mas São Paulo não precisava tanto do Bolsonaro. Precisava mais do Tarcísio”, completou, citando o governador Tarcísio de Freitas.

Panos quentes

O silêncio de Bolsonaro incomodou Tarcísio. O governador chegou a viajar para Brasília, em setembro, só para pôr panos quentes em desavenças entre o ex-presidente e a campanha de Nunes. Argumentou que, se a direita quisesse conquistar o governo paulista e o Planalto, em 2026, precisaria fincar estacas na capital agora. Não adiantou.

Bolsonaro indicou o coronel Mello Araújo como vice na chapa do prefeito, no entanto admitiu que Nunes não era seu “candidato dos sonhos”. E partiu para a campanha em capitais nas quais disputa a hegemonia da direita, como Goiânia, onde o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, pré-candidato à Presidência, apoia Sandro Mabel (União Brasil), enquanto Bolsonaro tenta impulsionar Fred Rodrigues (PL).

O ex-presidente também fez um périplo, nos últimos dias, por Cuiabá (MT), Manaus (AM), João Pessoa (PB), Belo Horizonte (MG), Palmas (TO), Santarém (PA), Anápolis (GO), Aparecida de Goiânia (GO) e Santos (SP). Ele queria ir a Curitiba para pedir votos para Cristina Graeml (PMB), mesmo tendo o PL apresentado o vice na chapa de Eduardo Pimentel (PSD), que conta com o apoio do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

Costa Neto ficou desesperado. Como não podia falar com Bolsonaro, por causa de uma ordem judicial emitida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, acionou o senador Rogério Marinho, secretário-geral do PL. “Eu mandei um recado para o Bolsonaro: ‘Nós temos um aliado que é de direita e defende as pautas da direita, que é o Ratinho. Sempre o prestigiou e é um governador bem aprovado. Você vai ficar mal com ele?”, contou Valdemar.

Em dezembro, Lula havia feito um prognóstico que não se concretizou. Ao participar da Conferência Eleitoral do PT, disse que a polarização voltaria nos embates para as prefeituras. Não foi o que se viu. “Eu acho que vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando essas eleições”, previu o presidente.

Derrotado no primeiro turno em Belo Horizonte, o deputado Rogério Correia (PTMG) não escondeu a decepção. “A gente tinha a expectativa de que o presidente viesse. Em São Paulo, ele foi. Mas precisamos entender que ele tem muitos compromissos, inclusive internacionais.”

Lula preferiu gravar lives a subir no palanque de candidatos do PT ou mesmo de concorrentes de partidos apoiados por ele para não sofrer reveses em votações no Congresso. E não quis associar sua imagem a campanhas onde a derrota era dada como certa. “Eu tenho uma base de apoio que extrapola o meu partido. Vou fazer campanha, mas com muito cuidado”, admitiu o presidente, em junho, em entrevista a uma rádio de Fortaleza. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

 

 

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