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Pai de atirador em escolas do Espírito Santo diz que filho fez “algo terrível”

O atentado deixou pelo menos quatro mortos. (Foto: Reprodução/Polícia Civil do Espírito Santo)

O pai do adolescente de 16 anos que cometeu um atentado a tiros contra duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, afirmou que o filho fez “algo terrível” e que vai pedir desculpas às famílias das vítimas em “momento oportuno”. Quatro pessoas morreram, conforme o mais recente boletim da Secretaria da Saúde do Estado.

“Meu filho cometeu algo terrível, que nunca poderia ao menos imaginar”, disse à reportagem o pai do atirador, que foi apreendido e vai responder por ato infracional análogo aos crimes quatro homicídios qualificados e nove tentativas de homicídio qualificado. Os agravantes são o motivo fútil e a impossibilidade de defesa das vítimas.

Tenente da Polícia Militar capixaba, o pai havia publicado nas redes sociais uma foto da capa do livro “Minha Luta”, em que Adolf Hitler expôs suas ideias antissemitas. A publicação gerou debates nas redes sociais, com pessoas associando o pai à ação do filho.

“Você quer saber de livro da biografia de Hitler. Livro péssimo. Li e odiei”, afirmou o PM sobre a obra considerada referência ideológica para neonazistas.

Ele não comentou o fato de o filho ter usado, conforme apuração da polícia, uma suástica na roupa durante o atentado em uma escola pública e outra particular no norte do Espírito Santo.

O policial não quis comentar como o filho teve acesso à sua arma e ao carro da família e pediu para que a dor dele fosse respeitada.

Em entrevista coletiva, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) afirmou que a família do adolescente colaborou para a captura e está chocada com o ocorrido.

Até junho, o adolescente estudava no primeiro colégio invadido, a Escola Estadual Primo Bitti, que fica no bairro Coqueiral, distante cerca de um quilômetro do Centro Educacional Praia de Coqueiral, a segunda escola atacada.

Para a polícia, o atirador disse ter planejado o atentado por dois anos, mas não teria apresenta motivação específica. O adolescente usou no crime uma pistola .40 da Polícia Militar, que era do pai, e um revólver .38.

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