O pesquisador apresentou resultados de estudos sobre a melhor forma de oferecer o milho a estes animais, principalmente para os suínos, que apresentam sistema digestivo diferente das aves e não podem consumir o grão inteiro. “Podemos ter uma economia de 27 quilos de ração por suíno só mudando a granulometria do milho”, informou. Com o sorgo, a situação se repete: os grãos devem ser moídos em peneira para ser oferecidos a suínos, enquanto aves – tanto frangos de abate quanto poedeiras – podem comê-los inteiros. Por fim, Ludke frisou que o grande desafio atual é melhorar o sorgo especificamente para composição de ração dos suínos e aves, visando uma boa produção de carne.
O professor João Pedro Velho, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), falou sobre a utilização de silagem de milho e sorgo para a alimentação de ruminantes, principalmente na bovinocultura de leite. Ele frisou que a eficiência das pastagens é o principal problema do setor, por causa da concorrência com a soja, o que torna a silagem imprescindível para a alimentação dos animais. “Felizmente, os produtores estão aprendendo mais sobre silagem e como ela pode aumentar a produtividade de leite em confinamento ou semi-confinamento”, avaliou.
Dando continuidade ao tema, o professor Fabiano Alvim Barbosa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apresentou resultados de um estudo que analisou a utilização de grãos de milho e sorgo na alimentação de bovinos em confinamento, em relação ao desempenho, características de carcaça e de carne. A utilização do grão de milho e da soja na composição da dieta desses animais, embora difundida, encarece os custos de produção da carne. “O objetivo é chegar a uma opção que mantenha margens de lucro interessantes no confinamento, que é um sistema caro”, explicou.
Por isso, a utilização do sorgo como fonte energética em dietas de bovinos de corte, em substituição parcial ou total aos grãos de milho, tem sido estudada. “O sorgo apresenta como vantagens o alto potencial de produção em regiões áridas, não apresenta competição com o consumo humano, menor custo de produção e valor de comercialização de 80% do preço do milho”, enumerou Fabiano.