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Painel traz dados sobre a cobertura e qualidade das mamografias no Rio Grande do Sul

. Crédito: Reprodução

No mês alusivo às ações de conscientização sobre o câncer de mama, a SES (Secretaria Estadual da Saúde) lançou uma nova ferramenta com indicadores de cobertura, periodicidade e qualidade dos exames de mamografias.

A detecção precoce é fundamental para o controle da doença, pois possibilita tratamento em tempo oportuno, maior sobrevida e menor morbidade. O painel está publicado no site observatoriodocancer.saude.rs.gov.br/cancer-de-mama.

O site traz dados e materiais informativos que podem ser acessados por gestores, profissionais da saúde e pela população em geral. A plataforma é resultante da parceria entre a SES/RS e o TelessaúdeRS-UFRGS, com apoio do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul.

São quatro indicadores apresentados: cobertura do exame, percentual realizado na população-alvo, percentual realizado com periodicidade bianual e percentual com resultado de BI-RADS igual a zero (que trata da qualidade do exame ou da avaliação). Cada item traz as suas respectivas metas e planos de ação para cada indicador. Eles também podem ser filtrados por regional ou município. O observatório apresenta somente os dados de exames realizados no Sistema Único de Saúde (SUS).

A qualidade do exame está diretamente relacionada à chance de detecção precoce da doença, enquanto a alteração na mama ainda é de pequeno tamanho ou baixa densidade. Para que a mamografia possa cumprir o seu objetivo, são requeridos controle da dose de radiação, alta qualidade da imagem e da interpretação diagnóstica. Para tanto, são necessários equipamentos em condições de funcionamento, técnica radiológica rigorosa e posicionamento corretos, assim como médicos interpretadores qualificados.

Mamografias no RS

Em 2022, no Rio Grande do Sul, foram realizadas pelo SUS 298.624 mamografias de rastreamento (em mulheres sem sintomas na faixa etária de 50 a 69 anos) e 26.897 mamografias diagnósticas (para mulheres com sinais e/ou sintomas, conforme orientação médica).

De acordo com o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES), o Rio Grande do Sul possui hoje, em uso pelo SUS, 227 mamógrafos distribuídos em 214 estabelecimentos.

Indicadores do Observatório do Câncer RS

Cobertura do exame

Índice do RS: 41,7%
Meta: maior de 31%
Representa o percentual de pessoas atendidas. No caso do exame de mamografia de rastreamento, a população-alvo é formada pelas mulheres e homens trans não mastectomizados na faixa etária de 50 a 69 anos de idade.

Uma vez que o exame deve ser realizado a cada dois anos, a meta de cobertura anual de 31% da população-alvo é aplicada sobre metade da população-alvo do período.

Percentual realizado na população-alvo

Índice do RS: 64,6%
Meta: maior de 90%
Acompanhamento se o exame está sendo realizado adequadamente, ou seja, dentro da população-alvo indicada pelas evidências científicas, que são aquelas que têm maior chance de ter benefício e menor risco de sofrer algum dano referente à ação de saúde.

No caso do exame de mamografia de rastreamento, a população-alvo é formada pelas mulheres e pelos homens trans não mastectomizados na faixa etária de 50 a 69 anos de idade. Monitorar quais municípios estão realizando o exame na população-alvo permite avaliar o quanto esses municípios estão aderindo às orientações do Ministério da Saúde e da SES. Cabe ressaltar que o observatório apresenta somente os dados de exames realizados no SUS.

Percentual realizado com periodicidade bianual

Índice do RS: 24,9%
Meta: maior de 40%
Para a população-alvo, é indicada a realização de um exame a cada dois anos. Estudos mostram que o benefício do rastreamento é mantido na mamografia bianual em relação à anual, enquanto os danos são reduzidos pela metade.

Para o Rio Grande do Sul, a média da periodicidade bianual entre 2014 e 2022 foi de 22,8%, com 33,6% dos exames solicitados com intervalos menores do que dois anos, 32,2% com intervalos maiores do que 2 anos e 11,4% sem registro de periodicidade.

Percentual com resultado BI-RADS = 0

Índice do RS: 7,3%
Meta: menor de 10%
Este indicador é relacionado à qualidade do exame. Quando o BI-RADS é igual a zero, significa que o exame foi inconclusivo, necessitando, portanto, de exames complementares para fornecer o diagnóstico.

Valores muito acima de 10% podem implicar desconforto de agendar novo exame ou ter que se deslocar para levar exames anteriores, exposição desnecessária à radiação e custos com mamografias desnecessárias.

Câncer de mama e a importância da mamografia

A detecção precoce é um artifício fundamental para o controle do câncer de mama, pois possibilita tratamento em tempo oportuno, maior sobrevida e menor morbidade. Segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), para o ano de 2023, é estimado para o Rio Grande do Sul o registro de mais de 3,7 mil casos de neoplasia maligna da mama. Em 2022, foram 1.432 mortes de mulheres pela doença no Estado.

Entre as mortalidades por neoplasias, em mulheres, o câncer de mama é a segunda causa com maiores prevalências, atrás somente das neoplasias respiratórias (traqueia, brônquios e pulmões).

Encontrar tumores em pessoas que ainda não apresentam sintomas da doença se chama rastreamento. A melhor forma de fazer isso é pelo exame de mamografia, um exame que procura por tumores por meio de raio-x.

Mulheres com nódulo na mama, secreção nos mamilos, alteração da pele na região das mamas e/ou nódulos nas axilas devem procurar imediatamente a equipe de saúde para investigação e diagnóstico, independentemente da história familiar, da idade ou do tempo da última mamografia.

Todas as pessoas do sexo feminino devem realizar rastreamento para câncer de mama, de acordo com sua faixa etária e o seu risco para a doença. Pessoas sem alto risco para câncer de mama devem realizar o rastreamento entre os 50 anos e os 69 anos de idade. Quando o exame não mostrar alterações, ele pode ser feito a cada dois anos.

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