Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2024
As denúncias de fraude envolvendo a reeleição do ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, geraram uma rápida e contundente reação internacional, marcada por tensões diplomáticas e alegações de fraude eleitoral. O anúncio da vitória de Maduro, com 51% dos votos contra 44% de Edmundo González Urrutia, candidato da oposição, levou sete países latino-americanos a se manifestarem em favor de uma recontagem dos votos e maior transparência no processo.
Os governos da Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai, juntamente com Equador e Paraguai, emitiram um comunicado conjunto enfatizando a necessidade de garantias de que a vontade popular será respeitada. A ONU também se uniu ao coro de pedidos por um escrutínio dos votos.
Em resposta, o governo venezuelano considerou as declarações dos sete países como uma ameaça à sua soberania nacional e anunciou a expulsão de seus representantes diplomáticos. A medida provocou reações diversas entre os países afetados.
Reações dos países
• Panamá – O presidente José Raúl Mulino decidiu retirar os diplomatas do Panamá da Venezuela, suspendendo as relações com Caracas até uma revisão completa das atas eleitorais e do sistema de contagem de votos. Os países não têm embaixadores. A relação bilateral é mantida com encarregados de negócios.
• Chile – O chanceler Alberto Van Klaveren criticou a decisão de Maduro, classificando-a como típica de regimes ditatoriais. A ministra do Interior e vice-presidente do Chile, Carolina Tohá, destacou a importância de garantir a transparência e validade dos resultados eleitorais na Venezuela.
• Peru – Em resposta à expulsão, o Peru ordenou que os diplomatas venezuelanos deixem o país em 72 horas, devido às decisões consideradas arbitrárias pelo governo de Lima.
• Argentina – A chefe da diplomacia argentina, Diana Mondino, negou a ruptura de relações com a Venezuela e criticou a lógica por trás das ações de Maduro. “Não há nenhuma lógica em pensar que cortando relações a situação deles poderia melhorar”, disse. A situação é complexa, pois a embaixada argentina em Caracas abriga refugiados da oposição venezuelana. “É realmente inédito”, destacou a ministra.
• Uruguai – O governo de Luis Lacalle Pou considerou a decisão de Maduro injustificável e intempestiva. A situação dos diplomatas uruguaios em Caracas será avaliada nas próximas horas.
• Costa Rica – A medida de Maduro teve pouco impacto prático, pois a Costa Rica já havia suspenso relações diplomáticas com a Venezuela em 2020. A presença consular foi retomada em 2023, mas sem representantes diplomáticos no país. Atualmente, não há funcionários diplomáticos ou consulares na Venezuela.
• República Dominicana – O presidente Luis Abinader expressou preocupação com a transparência do processo eleitoral venezuelano. Até o momento, não houve uma posição oficial sobre a expulsão dos diplomatas.