Preso ontem na operação Morder Inc. da Polícia Federal como um dos envolvidos no mando da morte da vereadora Marielle Franco, o delegado da Civil Rivaldo Barbosa foi nomeado em março de 2018 – na véspera do crime – pelo general Richard Nunes, então secretário de Segurança do Estado, durante a gestão do interventor general Braga Netto. A PF tem a chance de puxar o fio, ouvindo os generais, e saber quem indicou o delegado Barbosa para o cargo, que ocupou a cadeira mais importante da polícia fluminense já ciente do crime premeditado e com a missão da blindagem dos mandantes, segundo as investigações em andamento. É praxe no Estado delegados sentarem nessas cadeiras com apadrinhamento de deputados estaduais e federais.
Ausência & pito
O ex-ministro José Dirceu comemorou 78 anos em Brasília com grande festa e um desfile de figuras suprapartidárias. A ausência mais notada foi a da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffman. O presidente Lula da Silva deu um pito em Gleisi. Ele lembrou que seu cargo é institucional.
Batom no PL
Presidente de um PL com carae DNA de machão bolsonarista, Valdemar Costa Neto corre para cumprir a lei e filiar mulheres para as campanhas municipais, e fazer jus aos quase R$ 900 milhões do fundo eleitoral. Um terço disso deve ser investido em candidaturas femininas. Planejou centenas de diretórios do PL Mulher e conta com Michelle Bolsonaro como garota-propaganda.
Um suco de Rio
O suplente do deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) – preso como mandante da morte de Marielle Franco e ligado a milícia – é Ricardo “Abrão” David (União). Ele foi presidente da Beija-flor, deputado estadual por dois mandatos e é primo do patrono da escola, o bicheiro Aniz Abraão David. Ricardo vem de uma família de políticos tradicionais da Baixada fluminense. Seu pai foi prefeito de Nilópolis.
Cheque legal
Em meio aos debates sobre o futuro de Jair Bolsonaro e a esposa Michelle, há uma determinação que não muda no PL: ambos devem ter os salários em dia. Principalmente ela.
Tiro certeiro
O senador Ciro Nogueira deu tiro certeiro na falácia dos militares que agora posam de heróis nos depoimentos à PF: se ouviram planos de golpe e não denunciaram no ato, prevaricaram. Agora é muito fácil aumentar teorias para se livrar da cela.