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Palpitações: saiba como diferenciar entre problemas de coração e ansiedade

Os dois problemas de saúde têm sintomas em comum. (Foto: Reprodução)

Falta de ar, dor no peito, tontura, palpitações. Esses são alguns dos sintomas que podem ocorrer durante um infarto do miocárdio, mas que também podem estar presentes durante uma crise de ansiedade. Apesar de serem dois problemas de origens completamente diferentes, os sintomas podem confundir, principalmente se a pessoa está passando por uma crise de ansiedade pela primeira vez e ainda não consegue identificar o quadro.

E, diante da dúvida, a recomendação dos especialistas é procurar atendimento médico para avaliação.

Segundo o Roberto Yano, médico cardiologista e especialista em estimulação cardíaca artificial pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), é papel do médico avaliar minuciosamente o paciente e diferenciar os quadros de ansiedade de quadros cardiológicos.

“Isso na grande maioria das vezes é bem simples e pode ser feito através de uma boa anamnese e exame físico. Em casos mais duvidosos ainda podem ser solicitados exames complementares, como o eletrocardiograma e exames de sangue como a troponina para afastar o infarto”, explica.

Principais diferenças

O cardiologista explica que a dor do infarto acontece em forma de aperto e queimação, do lado esquerdo, e normalmente dura mais de 20 minutos. “No geral, se inicia após uma situação de estresse ou após uma grande refeição. A dor pode se irradiar para a região do pescoço, queixo, para o braço esquerdo, para a região do estômago. Pode vir acompanhada de náusea, sudorese fria, falta de ar, palidez, sensação de desmaio”, explica.

Já a dor no peito causada pela ansiedade costuma ser mais localizada, em forma de pontadas e no meio do peito, sem irradiação. “A pessoa chega ao atendimento médico mais agitada, nervosa, muitas vezes em pânico mesmo. Já o paciente infartado costuma chegar com a mão no peito, mas no geral mais quieto, tentando poupar energia”, afirma Yano. “Lembrando que isso é o mais comum, mas não é regra. E, mais uma vez, é papel do médico saber diferenciar esses quadros, situações bem comuns inclusive no dia a dia do cardiologista.”

O médico comenta ainda que a dor no peito causada pela ansiedade nem sempre é caraterística e pode ter diferentes descrições, como contração muscular incomum ou espasmo no peito; queimação, dormência; dor indefinida; dor aguda (como um tiro); tensão ou aperto no peito. Daí a importância de diferenciar os diagnósticos.

Mas é claro que existem algumas características que podem auxiliar na diferenciação dos dois quadros. Conheça as diferenças entre eles

Infarto

O infarto normalmente ocorre quando um coágulo causa o bloqueio do fluxo sanguíneo para o coração. O principal sintoma é a dor no peito, que pode irradiar para os ombros e braços (principalmente o braço esquerdo). Além disso, também podem ocorrer sintomas como falta de ar, tontura, sudorese, náuseas e sensação de morte iminente. Os sintomas mais atípicos são mais comuns em mulheres, idosos e pessoas com diabetes.

Qualquer pessoa pode sofrer um infarto, mas existem fatores bem conhecidos que aumentam o risco de um episódio cardiovascular: hipertensão mal controlada, diabetes mal controlado, colesterol alto ou triglicérides elevados, tabagismo, sedentarismo, obesidade e estresse.

Crise de ansiedade

Segundo o Adriano Segal, médico psiquiatra pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e membro da Comissão de Transtornos Alimentares da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), uma crise de ansiedade é caracterizada por uma onda abrupta de medo ou desconforto intenso que atinge um pico dentro de minutos e durante a qual ocorrem quatro ou mais dos seguintes sintomas:

• Palpitações ou batimentos cardíacos fortes e/ou acelerados;
• Sudorese aumentada;
• Tremores com ou sem sensação de fraqueza;
• Sensação de falta de ar ou sufocamento;
• Sensação de asfixia;
• Dor ou desconforto no peito;
• Sensações de tontura, “cabeça leve”, instabilidade ou de que vai desmaiar;
• Calafrios ou sensação de calor;
• Parestesias (sensação de dormência ou formigamento);
• Medo de perder o controle ou “enlouquecer”;
• Medo de morrer.

A crise pode ser rápida (em torno de 5 minutos) até mais demorada (em torno de 30 minutos).

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