O isolamento social tem provocado um fenômeno interessante no descarte de lixo em Porto Alegre. A coleta dos resíduos orgânicos/rejeitos sofreu uma redução de 6,5%, enquanto que a de materiais seletivos/recicláveis teve uma ampliação de 5,7%, no período de 18 de março e 31 de maio, conforme levantamento da prefeitura.
Entre as possíveis motivações, a titular em exercício da SMSUrb (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos), Luciane Freitas, aponta um melhor aproveitamento dos alimentos preparados em casa, com menor desperdício. “Houve uma diminuição da geração de resíduos por bares, restaurantes e hotéis; além de melhor separação dos materiais por parte da população”, observa. Luciane destaca ainda aumento das compras em mercados e supermercados, além de mais pedidos via deliverys e serviços takeaway, resultando na ampliação de embalagens, pacotes, plásticos, caixas, sacos, entre outros, podem ter gerado mais recicláveis. Outro fator que pode ter impactado nos quantitativos é o fato de que muitas pessoas buscaram o litoral e o interior para passarem o período de quarentena.
Os serviços essenciais prestados pelo DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana) estão mantidos. Nas coletas de resíduos há a adoção de medidas emergenciais de proteção aos trabalhadores diante da pandemia. O departamento intensificou o controle no recolhimento dos materiais, exigindo o fornecimento e o uso de EPIs, além da criação de protocolos de prevenção aos garis, como a orientação para que ocorra o afastamento de dois metros de distância entre os trabalhadores.
Em domicílios em que há casos suspeitos ou confirmados de coronavírus, conforme orientações dos órgãos de saúde, o DMLU alerta que os resíduos devem ser descartados na Coleta Domiciliar (para orgânicos e rejeito), em sacos duplos, fechados com lacre ou nó, com até dois terços de sua capacidade preenchida. O material não deve ser disposto na Coleta Seletiva, pois esta é encaminhada a Unidades de Triagem para reciclagem. Máscaras e luvas também devem ser descartadas na Coleta Domiciliar, neste caso, em qualquer situação, mesmo que a pessoa não tenha sintomas da doença.