Os brasileiros começaram a mudar a forma como lidam com a dor. Se antes os sintomas eram subestimados pela maioria, agora, de acordo com um novo estudo, 56% investem em prevenção, adquirindo hábitos mais saudáveis.
A pesquisa, encomendada por Sanofi Consumer Healthcare, em parceria com o Instituto Ipsos, com 994 participantes, revela que as medidas tomadas são as mais variadas. Entre elas, analgésicos (42%), soluções caseiras (36%), como chás, dormir melhor (33%), praticar mais exercícios (23%) e tomar vitaminas (21%).
Segundo Wanessa Ruiz, médica e diretora de Assuntos Científicos da empresa que coordenou o estudo, a pandemia serviu de alerta para a necessidade de um autocuidado maior.
“A gente sabe do mito “No pain, no gain” (em tradução literal, “sem dor, sem ganho”). As pessoas pensam que precisam sofrer, ter dor para progredir na vida, e não é assim. Mas já vimos uma melhora do brasileiro em compreender o que é qualidade de vida. Mais pessoas entendem a atividade física e a qualidade do sono como fatores importantes para se sentir bem”, afirma Ruiz.
O estudo sobre a dor foi feito pela primeira vez, então não é possível comparar os resultados com a situação antes da pandemia. Mas, para Ruiz, a mudança na rotina e o medo e a preocupação com a Covid-19 tiveram, sim, um impacto sobre a intensidade e a forma de lidar com a dor do brasileiro.
Na pesquisa, as dores relacionadas à contratura muscular (dor nas costas, ombros, pescoço) foram as mais sentidas nos últimos 12 meses, sendo relatadas por 71% dos entrevistados. Logo depois está a dor de cabeça, que também pode ser ocasionada por tensão e ansiedade, e que foi reportada por 70% das pessoas.
“Se pensarmos em todos os fatores que impactam nosso corpo, a postura, os hábitos, a tensão, provavelmente antes a contratura muscular teria menos impacto no desencadeamento da dor.”
Compreender que a dor deve ser evitada é também uma forma de garantir a realização das atividades do dia a dia. Para 35%, a dor de cabeça é a que mais atrapalha a vida, sendo que 28% dizem que ela interfere no trabalho ou estudo e 32% desistem da atividade física quando ela bate. As dores nas costas, nos ombros, pescoço ou musculares são as mais incapacitantes para 31% dos entrevistados.
A pesquisa mostra que, para as mulheres, há um vilão ainda pior: a cólica. Para 34%, esse tipo de dor interfere no trabalho ou estudo.
“As mulheres têm esse pezinho de dor a mais que o homem. Além de pescoço, lombar, dor de cabeça, elas tem ainda a cólica menstrual, um conjunto que vem com dor de cabeça e mal estar, além da dor abdominal.”