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Papa Francisco classifica de ofensivas e infundadas “insinuações” contra João Paulo II

João Paulo II liderou a Igreja Católica de 1978 até a sua morte, em 2005. (Foto: Vaticano/Divulgação)

O papa Francisco classificou neste domingo (16) como ofensivas e infundadas o que chamou de “insinuações” contra o ex-pontífice João Paulo II por parte do irmão de uma estudante que desapareceu há 40 anos.

Emanuela Orlandi, filha de um porteiro do Vaticano, não voltou para casa em 22 de junho de 1983 após uma aula de música em Roma. Ela tinha 15 anos na época e morava com a família dentro do Vaticano. Seu desaparecimento ainda é um mistério na Itália.

O caso teve um novo capítulo na semana passada, quando o irmão dela, Pietro Orlandi, se encontrou com o promotor-chefe do Vaticano, Alessandro Diddi, a quem Francisco deu liberdade para investigar o caso.

Depois de falar com Diddi por mais de oito horas, Pietro apareceu em um programa de televisão no qual reproduziu parte de uma gravação em áudio com a voz de um homem que, segundo ele, fazia parte de uma facção criminosa que a mídia italiana há décadas especula que pode estar envolvida no desaparecimento da sua irmã.

A voz do suposto gângster dizia que, há mais de 40 anos, meninas foram trazidas ao Vaticano para serem molestadas e que o papa João Paulo II sabia disso.

Pietro declarou: “Dizem-me que Wojtyla [sobrenome do papa João Paulo II] costumava sair à noite com dois monsenhores poloneses e, certamente, não era para abençoar casas”.

Os comentários causaram um grande mal-estar e foram condenados por autoridades do Vaticano nos últimos dias. Neste domingo, o próprio papa falou sobre o tema em seu discurso diante de cerca de 20 mil pessoas na Praça de São Pedro.

“Certo de interpretar os sentimentos dos fiéis de todo o mundo, dirijo um pensamento de gratidão à memória de São João Paulo II, nesses dias objeto de insinuações ofensivas e infundadas”, declarou Francisco. A multidão, em sua maioria italiana, aplaudiu o discurso.

Pietro disse à agência de notícias Reuters neste domingo que era “correto que Francisco defendesse João Paulo II”. Ele acrescentou que, durante sua aparição na televisão, “repetiu o que os outros haviam dito”.

O diretor editorial do Vaticano, Andrea Tornielli, chamou os comentários de “difamação desprezível” contra a honra do ex-papa, que liderou a Igreja Católica de 1978 a 2005 e foi declarado santo em 2014. João Paulo II morreu em 2 de abril de 2005, aos 84 anos.

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