O Papa Francisco criticou nesse domingo (29) os ataques feitos por Israel no Líbano. Questionado por jornalistas sobre o conflito, enquanto voava de Bruxelas para Roma, o sumo pontífice disse que vê na investida militar israelense uma “tendência de dominar que vai além da moralidade”.
“A defesa deve ser sempre proporcional ao ataque. Quando há algo desproporcional, você vê uma tendência de dominar que vai além da moralidade”, disse o Pontífice, acrescentando que os países não podem “exagerar” no uso de suas forças militares.
Francisco, como líder de 1,4 bilhão de católicos do mundo, frequentemente faz apelos pelo fim de conflitos violentos, mas geralmente é cauteloso em parecer determinar os agressores. Ele falou mais abertamente nas últimas semanas sobre as ações militares de Israel em sua guerra de quase um ano contra o Hamas.
Ele relatou ainda que fala ao telefone com membros de uma paróquia católica em Gaza “todos os dias”. Ele disse que os paroquianos contam sobre as condições no local e “também a crueldade que está acontecendo lá”.
Na semana anterior, o papa disse que os ataques aéreos israelenses no Líbano eram “inaceitáveis” e pediu à comunidade internacional que fizesse todo o possível para interromper os combates.
Em uma coletiva de imprensa em 28 de setembro, ele condenou as mortes de crianças palestinas em ataques israelenses em Gaza.
Francisco disse no domingo que fala ao telefone com membros de uma paróquia católica em Gaza “todos os dias”. Ele disse que os paroquianos lhe contam sobre as condições no local e “também a crueldade que está acontecendo lá”.
Mais ataques
Israel tem intensificado os ataques ao Líbano. Após um bombardeio matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na sexta-feira, o exército israelense manteve a carga no fim de semana.
Em comunicado, o governo disse ter bombardeado, de sexta para sábado, mais de 140 posições no Líbano, “em especial lançadores de foguetes direcionados contra civis israelenses, edifícios que armazenavam armas […] e outros locais de infraestruturas terroristas, alguns integrados sob edifícios residenciais na área de Beirute”.
Os ataques continuaram nesse sábado e domingo contra o reduto do Hezbollah no sul de Beirute, fazendo com que famílias em pânico fugissem. Um ataque atingiu o segundo e o terceiro andares de um prédio, segundo uma autoridade de segurança libanesa.
Nesse domingo, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, disse que o país vive maior deslocamento da sua História devido aos ataques de Israel. O governo contabiliza 1 milhão de pessoas foi forçada a sair de casa, o que significa que um sexto da população está em abrigos ou na rua.