Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de dezembro de 2017
Em sua mensagem de Natal, o papa Francisco pediu paz em Jerusalém e rezas para “alcançar uma solução que permita a coexistência de dois Estados”. “Neste dia de festa, invocamos o Senhor pedindo paz para Jerusalém e para toda a Terra Santa”, disse o pontífice.
“Rezemos para que entre as partes envolvidas prevaleça a vontade de retomar o diálogo e, finalmente, chegar a uma solução negociada, permitindo a coexistência pacífica de dois Estados”, afirmou Francisco nesta segunda-feira (25). “Que o Senhor também sustente os esforços de todos aqueles membros da comunidade internacional, movidos de boa vontade, que desejam ajudar essa terra martirizada a encontrar o entendimento, a justiça e a segurança que espera há tanto tempo.”
No início do mês, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o país passou a reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e determinou a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para a cidade. O anúncio de Trump, que reverteu quase sete décadas de política externa americana, foi criticado por líderes mundiais e causou indignação nos territórios palestinos.
Após a decisão, o papa fez um apelo ao “respeito do status quo”, em conformidade com as resoluções das Nações Unidas. Em seu discurso na praça São Pedro, no Vaticano, o pontífice ainda abordou a situação da Venezuela. Pediu um “diálogo sereno” pelo “bem de todo o querido povo venezuelano.” A citação foi feita no dia seguinte à liberação de 36 opositores do governo presos, após decisão da Assembleia Constituinte da Venezuela.
Na mensagem proferida diante de milhares de fiéis, Francisco alertou contra “os ventos da guerra” e um “modelo de desenvolvimento caduco que segue provocando degradação humana, social e ambiental”. E pediu que “aumente a confiança mútua” na península coreana, “pelo bem do mundo todo”.
Imigrantes
O papa fez uma forte defesa dos imigrantes na tradicional Missa do Galo, celebrada à meia-noite de domingo, comparando-os a Maria e José buscando um lugar para ficar em Belém e dizendo que a fé exige que estrangeiros sejam bem recebidos. Celebrando o quinto Natal de seu papado, Francisco liderou a missa solene diante de 10 mil pessoas na Basílica de São Pedro, no Vaticano, enquanto muitos outros acompanharam o cerimônia da praça do lado de fora.
O Evangelho lido durante a missa recontou a história de como Maria e José tiveram de viajar de Nazaré para Belém devido ao censo ordenado pelo imperador romano César Augusto. “Tantos passos estão escondidos nos passos de José e Maria. Vemos o percurso de famílias inteiras forçadas a fugir nos nossos dias. Vemos o percurso de milhões de pessoas que não escolhem fugir, mas são expulsas de sua terra e deixam para trás seus entes queridos”, disse o papa na homilia.
Mesmo os pastores que, segundo a Bíblia, foram os primeiros a ver o Menino Jesus ,”foram forçados a viver às margens da sociedade” e considerados estrangeiros sujos e mal-cheirosos, disse o pontífice. “Tudo neles gerava desconfiança. Eles eram homens e mulheres a serem deixados à distância, a serem temidos”.