Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 19 de novembro de 2022
O papa Francisco se ofereceu mais uma vez para mediar possíveis negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, que estão em guerra desde o fim de fevereiro.
Em entrevista ao jornal italiano La Stampa, o líder da Igreja Católica afirmou que é possível encontrar uma solução pacífica para o conflito, mas desde que “todos se empenhem em desmilitarizar os corações”.
“Devemos todos ser pacifistas, querer a paz, não apenas uma trégua que talvez sirva só para se rearmar”, disse Jorge Bergoglio, acrescentando que o Vaticano está disposto “a fazer todo o possível para mediar e pôr fim ao conflito na Ucrânia”.
“Estamos empenhados no apoio humanitário ao povo da martirizada Ucrânia, que carrego no coração junto com seus sofrimentos. E tentamos desenvolver uma rede de relações que favoreça uma aproximação entre as partes para encontrar soluções”, ressaltou.
Mediação
Em fevereiro, logo após o início do conflito, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, declarou que a Santa Sé “estava pronta a facilitar as negociações entre Rússia e Ucrânia”.
“A Santa Sé, que nos últimos anos tem acompanhado de forma constante, discreta e com grande atenção os acontecimentos na Ucrânia, oferecendo sua disponibilidade para facilitar o diálogo com a Rússia, está sempre pronta para ajudar as partes a retomarem o caminho do diálogo”, afirmou na época o número dois do Vaticano em uma entrevista concedida aos jornais italianos Il Corriere della Sera, La Repubblica, La Stampa e Il Messaggero.
“O possível retorno de uma nova guerra fria com dois blocos opostos também é um cenário preocupante. Vai contra a cultura da fraternidade que o papa Francisco propõe como único caminho para construir um mundo justo, solidário e pacífico”, destacou.
“Estou convencido de que sempre há espaço para a negociação. Nunca é tarde demais! Porque a única forma razoável e construtiva de resolver as diferenças é o diálogo, como o papa Francisco não se cansa de repetir”, completou.
O cardeal de 67 anos, um veterano diplomata, reconheceu que a propagação do conflito seria uma “gigantesca catástrofe”, um “cenário assustador”.
O Vaticano chegou a negociar nos últimos meses uma viagem do Papa a Kiev e Moscou, mas não teve abertura do Kremlin. Recentemente, Francisco também mediou uma troca de prisioneiros entre Rússia e Ucrânia.