Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de maio de 2015
Documentos enviados à força-tarefa da Operação Lava-Jato por autoridades de Mônaco apontam que o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o ex-diretor da Área Internacional da estatal Jorge Zelada controlavam contas no principado por meio de empresas constituídas no Panamá, um paraíso fiscal na América Central.
Há fichas de abertura de contas com a assinatura de Duque e de Zelada, cópias dos passaportes dos dois e até conta de luz com o endereço de Zelada no Rio de Janeiro. Atas das empresas que eles abriram no Panamá trazem os nomes de dos dois como os operadores das contas bancárias.
Duque está preso desde 16 de março sob acusação de ter transferido para Mônaco 20 milhões de euros (67,6 milhões de reais) que tinha na Suíça. Zelada, por sua vez, tem 12 milhões de euros (40,6 milhões de reais) bloqueados no mesmo principado.
Autoridades de Mônaco bloquearam os 32 milhões de euros (108,2 milhões de reais) dos dois por causa da suspeita de que se trata de dinheiro desviado da Petrobras, o que ambos negam enfaticamente. A transferência dos 20 milhões de euros foi um dos principais motivos apontados pelos procuradores da Lava-Jato para pedir a prisão de Duque.
Quanto a Zelada, a documentação indica que ele era o controlador da companhia Rockfield International S.A., constituída também no Panamá. Ele tinha uma conta em Mônaco em seu próprio nome, segundo o Ministério Público Federal.
Os documentos também mostraram que os dois ex-diretores da Petrobras usaram as mesmas estruturas, em épocas próximas, para criar as companhias e abrir contas bancárias em um mesmo banco em Mônaco, o Julius Bär, fundado em 1890 na Suíça. (Folhapress)