Sexta-feira, 21 de março de 2025
Por Redação O Sul | 19 de março de 2025
A avaliação do mercado financeiro sobre o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, experimentou uma aguda deterioração entre o levantamento anterior da Genial/Quaest, realizado em dezembro, e o de março, divulgado nessa quarta-feira (19). O porcentual de avaliações negativas subiu significativamente, de 24% para 58%, no intervalo entre as duas pesquisas, com as avaliações positivas retrocedendo de 41% para apenas 10%, de dezembro para março. A avaliação regular, por sua vez, passou de 35% para 32%. Esse cenário indica uma perda expressiva de confiança do mercado na condução da política econômica do governo pelo ministro.
Foram realizadas 106 entrevistas com fundos de investimentos em São Paulo e no Rio de Janeiro, utilizando questionários online entre os dias 12 e 17 de março. Os participantes da pesquisa incluíram gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão, representando uma ampla gama de profissionais do setor financeiro.
A pesquisa revela que para 85% do mercado, houve um claro enfraquecimento do ministro Haddad, quando comparado a 61% que o percebiam, em dezembro, como alguém já com sinais de perda de força naquele momento. O porcentual de quem acredita que ele continua com o mesmo grau de força, sem alterações significativas, passou de 35% em dezembro para 14% em março. Já o número daqueles que acreditam que Haddad se fortaleceu declinou de 4% para 1% no mesmo período.
No que diz respeito à política econômica, 93% dos entrevistados acreditam que ela está na direção errada, embora esse número tenha caído ligeiramente em relação aos 96% que assim pensavam em dezembro. Já 92% dos ouvidos atribuem a Lula a principal responsabilidade pela política econômica, enquanto apenas 5% a vinculam diretamente a Fernando Haddad.
No cenário econômico para os próximos 12 meses, 83% do mercado aguardam uma piora econômica, embora esse porcentual tenha diminuído em relação aos 88% registrados no levantamento de dezembro. Além disso, 58% dos entrevistados acreditam que o Brasil correrá o risco de entrar em recessão em 2025. Em relação ao crescimento do PIB, 51% do mercado projetam uma expansão entre 1,51% e 2% para este ano.
Galípolo
A pesquisa divulgada também trouxe perguntas sobre o início do mandato de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central. Para 49% dos ouvidos, a gestão de Galípolo está conforme o esperado, enquanto 20% a consideram melhor do que o antecipado. Apenas 3% a avaliam como pior.
Contudo, 28% disseram que é muito cedo para realizar uma avaliação precisa. Quando questionados sobre o estilo de decisões de Galípolo, 38% afirmaram que ele tem tomado decisões técnicas, enquanto 5% consideram que ele está adotando decisões políticas. A maioria, 58%, acredita que ainda é muito cedo para fazer uma avaliação.
O levantamento também revelou que 45% dos entrevistados consideram positiva a atuação de Galípolo como presidente do Banco Central, enquanto 41% a classificam como regular. As avaliações negativas somaram 8%, e 6% dos participantes não souberam opinar. Esses dados sugerem que, embora Galípolo ainda esteja em um estágio inicial de seu mandato, há uma divisão de opiniões sobre sua gestão, mas uma maioria reconhece a necessidade de mais tempo para um julgamento mais definitivo. (Estadão Conteúdo)