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Rio Grande do Sul Para as seguradoras, os prejuízos com as enchentes no RS podem se aproximar dos registrados na pandemia

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Após desembolsar R$ 7 bilhões na pandemia, as companhias do setor já cobriram R$ 4 bilhões após as enchentes, montante que deve aumentar. (Foto: Marcello Campos/O Sul)

Pior tragédia já ocorrida no Rio Grande do Sul, as enchentes de maio causaram ao ramo de seguros no Brasil um impacto financeiro que se aproxima do registrado no auge da pandemia de coronavírus (2020-2021), avaliam executivos de empresas de grande porte no segmento. A constatação se mostra ainda mais impressionante quando se leva em conta que o evento mais recente durou pouco cerca de um mês e atingiu um Estado, ao passo que o outro durou mais de dois anos e com abrangência nacional.

Nas apólices de seguro de vida a possibilidade de morte por pandemia é excluída (não havia uma obrigação das seguradoras em pagar os valores de indenização). Mesmo assim, as companhias do País cobriram um total de R$ 7 bilhões. Com as enchentes no mapa gaúcho, os desembolsos já passam de R$ 4 bilhões, número que deve aumentar.

O Brasil era visto, até pouco tempo atrás, como um lugar tranquilo no que se refere a catástrofes ambientais como terremotos, por exemplo. As enchentes deste ano (assim como as de 2023) ajudaram a mudar essa perspectiva. Representantes do segmento apontam como um dos desafios atuar em prol da criação de uma cultura de prevenção e reação a cataclismos de maior vulto.

Agronegócio

Dados do setor apontam que as perdas no campo por eventos climáticos somaram R$ 287 bilhões nos últimos dez anos, sendo que apenas uma parte (R$ 56 bilhões) resultou em indenização por meio de seguros agrícolas ou reembolsos governamentais. Muitas vezes, quem acaba arcando com o revés é o produtor rural, que acaba falindo.

Mesmo com a piora do cenário climático nos últimos anos e o aumento da frequência de eventos extremos – como as chuvas no Rio Grande do Sul e as atuais queimadas que afetam o País – o mercado de seguros agrícolas tem recuado nos últimos meses.

No primeiro semestre, a arrecadação somou R$ 2,2 bilhões, montante 16,3% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. As indenizações cresceram 2,3%, para R$ 1,8 bilhão, conforme dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).

Em um esforço conjunto para o gerenciamento dos riscos climáticos, a entidade tem atuado em cooperação com o mercado, o governo, as universidades e os institutos de pesquisas, além de ter inserido o seguro nas agendas internacionais, como fóruns internacionais, participando das discussões da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas e de debates no G20.

Na pauta de evento

Durante fórum realizado nesta semana pela CNSeg no Rio de Janeiro, o assunto foi destaque nas manifestações de diversos participantes. Um dos palestrantes elencou três grandes desafios no enfrentamento dos riscos climáticos:

“O primeiro diz respeito ao passado, referente aos produtos de seguro que já existem e não são usados; o segundo desafio é o da necessidade de desenvolvimento de novos produtos; e o terceiro é o da integração com programas públicos, com agendas do governo. Lamento ver que a proteção que temos no Rio Grande do Sul é de menos de 10% do tamanho dos prejuízos totais que ocorreram”.

Outro convidado destacou que o setor segurador já vem trabalhando o tema dos riscos climáticos desde a década de 1970, sendo o primeiro segmento econômico a chamar atenção para a questão. Ele fez, porém, uma ressalva:

“Precisamos exercer um esforço ainda maior de preparação do nosso mercado para lidar com esse risco, que está aumentando e vai continuar aumentando. Não é um pessimismo exacerbado, mas é fato que a transição climática já está presente e que não vai parar por aqui”.

(Marcello Campos)

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