Quarta-feira, 06 de novembro de 2024
Por Flavio Pereira | 20 de julho de 2020
Com o objetivo de desgastar o Governo Federal, em especial o presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) sentou em cima do projeto do deputado Mauro Benevides (PDT-CE) que retira RS 177 bilhões de fundos setoriais parados no Tesouro Nacional, para combater a pandemia. O tema foi levantado pelo jornalista Cláudio Humberto, e embora alguns desmentidos, realmente procede. O uso destes recursos, que estão depositados em 29 fundos, evitaria que o Governo Federal fizesse uso de outras receitas que afetam o controle do déficit fiscal. O Governo Federal fez a sua parte, e pediu urgência na votação do projeto do deputado Benevides, mesmo sendo ele um integrante da oposição. Mas Rodrigo Maia não inclui o projeto na pauta de votação para tentar desgastar o governo junto à opinião publica. Enquanto isso, o combate ao Covid-19 deixa de receber mais R$ 177 bilhões.
Valor total nos fundos chega a R$ 253 bi
Pelos cálculos de Benevides, os recursos acumulados em todos os fundos é R$ 253 bilhões. O projeto original prevê a desvinculação de R$ 177 bilhões desse total, mas o deputado admitiu que há pressão para a retirada de alguns, o que deve reduzir o valor para cerca de R$ 160 bilhões. A conta única tem hoje R$ 1,2 trilhão, mas boa parte está carimbada, inclusive o dinheiro dos fundos.
Pacientes de Covid-19 em Porto Alegre
Enquanto no Rio Grande do Sul, os dois tucanos, o governador Eduardo Leite e o prefeito de Porto Alegre Marchezan Júnior costuram a possibilidade de um possível lockdown inútil, ampliado para outras regiões, coroando uma sequência de fracassos na estratégia que vigora desde março. O número de pacientes de Covid-19 internados nas 750 UTIs da capital gaúcha chega a 297. As demais, estão sendo utilizadas por pacientes com outros problemas, a maioria respiratórios, característica histórica da estação do ano. Do total de UTIs na capital gaúcha, 671 se encontram ocupadas. Nesta semana, os hospitais Conceição e Santa Casa anunciam a abertura de 35 novas vagas de UTI, um aumento de 5% sobre o total existente.
Bolsonaro comenta o mimimi da hidroxicloroquina
O presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar ontem a radicalização do debate em torno do cuidado com a saúde, o tratamento na fase inicial, o pânico criado por setores da mídia, e a necessidade de manter as atividades econômicas. Segundo ele, “não adianta ficar falando em vida e descuidar do emprego. Há uma briga por causa da hidroxicloroquina. Eu já falei que não sou médico. Sou capitão paraquedista. Mas agora criticam o que chamam de ‘a minha inteligência particular‘, que é gente do Brasil com quem eu falo em um grupo. O que eu digo, é que aconteceu comigo (o Covid-19). Doze horas depois, quando eu tomei a primeira dose de hidroxicloroquina, eu já estava 100 por cento. Agora, o que eu recomendo? Que se alguém tiver os sintomas iniciais, procure um médico”.
Isolamento e desemprego matam!
O Dr. Julio Pereira Lima, MD, PhD, FASGE (Fellow, American Society of Gastrointestinal Endoscopy), um dos mais renomados médicos brasileiros, em extenso artigo, avalia dentre outros aspectos, que “…é sabido com evidência grau A (“nota máxima”) por estudos em vários países que quanto maior a taxa desemprego de uma dada população, maior a mortalidade em sua população economicamente ativa.
No Brasil, estudo avaliando mais de 5000 municípios entre 2012 e 2017, verificou que 30.000 pessoas morriam a mais no ano seguinte a cada ponto percentual de aumento na taxa de desemprego.
Os primeiros 2 meses (até 15/5/20) de quarentena custarão a vida de aproximadamente 2.800 gaúchos entre 18-60 anos até 15/5/2021, caso nosso estado mantenha a média nacional de desemprego.
Isto é evidência grau A. É ciência.
Não entrarei no detalhe dos estimados 50.000/60.000 casos de câncer que terão retardado seu diagnóstico e, consequentemente, impedido sua cura em nosso País.
E a ciência?
Não vou comentar o aumento nas taxas de feminicídio, depressão, suicídio e outros incontáveis danos psicológicos causados pelo medo dos políticos em lhes serem imputados mortes, da histeria da grande mídia (que tem, e muito, parcela de culpa) e da pseudociência evidência D dos ouvidos por nossos governantes em Porto Alegre e RS.”
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