Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de fevereiro de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Poucas vezes um deputado estadual foi tão incisivo ao se pronunciar na posse como presidente da Assembleia Legislativa. Luis Augusto Lara não preparou discurso por escrito. Sua manifestação, ontem, pontuou temas e indicou caminhos. Alguns deles:
A exigência do ressarcimento de valores da Lei Kandir, em torno de 60 bilhões de reais, que o governo federal desconhece há 22 anos. Não desistirá de cobrar.
A aposta no entendimento de bancadas que têm divergências ideológicas. Vai propor a pacificação em um momento de gravíssima crise financeira que o Estado enfrenta.
Exigirá transparência na concessão de incentivos fiscais. Não entende como o Tribunal de Contas ficou impedido de acessar 243 mil processos de benefícios nas últimas décadas.
A que ponto chegamos
O motivo e o cenário foram os mesmos: apresentar a projeção calamitosa das finanças do Estado no Palácio Piratini. Mudaram os personagens: no final de janeiro de 2015, José Ivo Sartori e o secretário Giovani Feltes, com forte sotaque gaúcho, revelaram o drama. Ontem, a narrativa dos dados coube a Eduardo Leite e o titular da Fazenda, Marco Aurelio Santos Cardoso, que ainda usa o idioma carioquês.
A radiografia do Estado revela as seguintes dívidas: depósitos judiciais (10 bilhões e 700 milhões de reais); precatórios (14 bilhões e 700 milhões); o que precisa ser pago à União (63 bilhões) e financiamentos de bancos (10 bilhões). Total: 98 bilhões e 400 milhões.
Somando os 33 bilhões de reais que o magistério busca no Judiciário, por não estar sendo pago o piso nacional da categoria, irá a 131 bilhões e 400 milhões.
Pior do que isso, para a população e para o funcionalismo público, impossível.
Não custa insistir
O governador Eduardo Leite aceitou a sugestão de deputados da base aliada e comparecerá à primeira sessão da próxima semana para falar da tribuna da Assembleia. Fará um apelo para que sejam aprovados projetos que chegarão segunda-feira à tarde ao protocolo do Legislativo. Um deles prevê a dispensa de plebiscito para venda de estatais.
Madrugando e sonhando
Com a redução de oito para quatro deputados na legislatura iniciada ontem, o PDT passa a aguardar o final do mandato de Romildo Bolzan como presidente do Grêmio. A esperança é que retome à atividade partidária em 2020 para planejar a campanha ao Governo do Estado em 2022. Antigos trabalhistas confiam que será a forma de o partido renascer.
A quem a divisão favorece
Oito candidatos concorrem hoje à presidência do Senado. Cenário que favorece o carimbado Renan Calheiros. Com seu sorriso de ingênuo, apenas o sorriso, está com a faca e o queijo na mão para comandar de novo a Câmara Alta do Congresso. Apesar da sua ficha extensa.
Promessa descumprida
Após o desastre de Mariana, em 2015, a direção da Vale anunciou que iria reduzir a produção para evitar mais riscos. Mentiu. Houve aumento da atividade de extração de minérios e acúmulo em barragens sem segurança. A tragédia de Brumadinho não foi obra do acaso, mas um crime que não pode ficar impune.
Vai longe
O primeiro mês do ano terminou com o Jurômetro apontando 44 bilhões e 340 milhões de reais. Valor pago pelo governo federal para rolar a sua dívida.
O Impostômetro, ontem à noite, mostrou que a arrecadação de janeiro foi a 257 bilhões e 950 milhões.
Planeta dos empréstimos
A dívida pública global, segundo o Fundo Monetário Internacional, chegou a 164 trilhões de dólares, o equivalente a 225 por cento do Produto Interno Bruto. É o maior volume da história.
Um susto atrás do outro
Pasadena é a cidade norte-americana onde ocorre a história da série Goosebumps, baseada em livros do gênero terror, escrita por R. L. Stine, de 1992 a 1997. A versão brasileira da série com o mesmo nome ocorreu também em Pasadena, envolvendo a compra de uma refinaria pela Petrobras há 12 anos por 1 bilhão e 200 milhões de dólares. Ontem, foi vendida por 562 milhões de dólares.
Soma, diminui, divide e multiplica
No dia de votações para definir os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, maquininhas de calcular saem das gavetas e entram em ação.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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