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Por Redação O Sul | 31 de julho de 2018
O PT está abrindo mão de lançar concorrentes na disputa ao Senado em vários Estados, visando garantir apoio ao seu candidato na eleição presidencial. No Maranhão, o partido rifou a candidatura própria para apoiar os nomes escolhidos pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Não vai indicar nem os suplentes. Com isso, o PT vai completar 12 anos sem lançar candidato no Estado. No Ceará, a sigla desistiu de tentar reeleger José Pimentel, o que irá ajudar na eleição de Eunício Oliveira (MDB). “Lamento muito a decisão do meu partido de abrir mão de disputar uma das duas vagas ao Senado Federal. As consequências serão históricas e percebidas a partir de 2019”, lamentou o petista.
No Amazonas, o PT abriu mão de lançar candidato ao Senado para apoiar a reeleição de Vanessa Grazziotin (PCdoB). No Piauí, o partido vai apoiar Ciro Nogueira (PP) em detrimento de tentar reeleger Regina Souza (PT). No Amapá, vai de João Capiberibe (PSB).
Membro do diretório nacional do PT, Marcio Jardim teve a candidatura ao Senado no Maranhão preterida “O PT tem feito muitos gestos para o PCdoB” lamentou.
Com tantas composições a sigla pode ter sua bancada no Senado reduzida consideravelmente. Atualmente, o PT tem nove senadores, a 3.ª maior bancada da Casa. Sete encerram o mandato neste ano.
Só Paulo Rocha (PA) e Fátima Bezerra (RN) ficam até 2022. Os petistas apostam na eleição de três nomes para tentar repor em parte seus quadros: Eduardo Suplicy (SP), Dilma Rousseff (MG) e Jaques Wagner (BA).
PSB
Dirigentes do PT disseram na segunda-feira, durante reunião do Conselho Consultivo do partido, em São Paulo, que os petistas não negociam mais uma coligação nacional com o PSB nas eleições 2018. O objetivo do PT, agora, é evitar que o PSB se alie formalmente a Ciro Gomes (PDT), e libere suas lideranças estaduais para apoiar o candidato a presidente que considerem melhor.
A negociação passa por acordos entre PT e PSB em Pernambuco e Minas Gerais. Em Pernambuco, o PT forçaria a saída de sua pré-candidata, a vereadora Marília Arraes, abrindo caminho para a candidatura à reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). Em Minas, seria o inverso. O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) abandonaria a disputa, em favor do petista Fernando Pimentel, que concorre à reeleição.
O PT já adiou duas vezes o encontro nacional que vai definir a posição do partido em Pernambuco em nome das negociações com o PSB. Segundo petistas pernambucanos, Marília tem hoje a maioria do diretório estadual.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, negou os termos da negociação. Segundo ele, a possibilidade de apoiar o PT ainda não foi totalmente descartada. No domingo, 5, o partido vai decidir entre uma coligação com os petistas, apoio a Ciro ou liberar as lideranças estaduais. O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), defende uma candidatura própria, mesmo que seja para perder a eleição. França não quer abrir mão do tempo do partido no horário eleitoral da TV, mas é minoria.
O PT ainda negocia alianças com o PROS e o PCdoB. Segundo dirigentes do partido, emissários levaram ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pela Lava-Jato e preso em Curitiba, a sugestão de que Manuela d’Ávila, pré-candidata do PCdoB, seja a vice na chapa petista. Lula não se manifestou.
A escolha do vice é motivo de divergências no PT. Correntes influentes dizem que o partido deve escolher logo um nome dentro de suas próprias fileiras. Um grupo prefere que o vice seja um nome “fraco”, que não seja visto como possível “plano B” a Lula. Outros petistas acham melhor que o vice seja o possível substituto de Lula.
Presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) publicou um texto na página do partido no qual critica lideranças da esquerda que admitem uma eleição sem Lula.