Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de novembro de 2018
A OLP (Organização para a Liberação da Palestina) afirmou nesta sexta-feira (2) que os planos do presidente eleito Jair Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém é uma provocação. “É uma medida provocativa, que é ilegal em virtude do direito internacional e que só desestabiliza a região”, afirmou Hanan Ashrawi, do Comitê Executivo da OLP.
“É muito infeliz que o Brasil tenha se unido a essa aliança negativa contra a lei internacional.” A decisão brasileira também foi condenada pelo movimento islamita Hamas, que governa a faixa de Gaza e que travou três guerras contra Israel desde 2008. “Nós consideramos que se trata de uma medida hostil em direção ao povo palestino e ao mundo árabe e muçulmano”, reagiu o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zahri, em uma rede social. Bolsonaro anunciou a medida na quinta-feira (1º). “Israel é um Estado soberano e nós o respeitamos”, disse.
Horas depois, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, agradeceu a Bolsonaro: “Parabenizo meu amigo presidente eleito, Jair Messias Bolsonaro, pela sua intenção de transferir a embaixada brasileira para Jerusalém, um passo histórico, correto e emocionante!”. Netanyahu pretende ir à posse de Bolsonaro em janeiro e, segundo o texto do Israel Hayom, Bolsonaro também afirmou que visitará Israel em breve.
Se comparecer, Netanyahu será o primeiro premiê israelense a visitar o Brasil desde a criação do país, em 1948. Há pouco mais de um ano, em setembro de 2017, Netanyahu passou alguns dias na América Latina em um giro que incluiu Argentina, Colômbia e México. Segundo fontes, o Brasil não foi incluído na viagem, na ocasião, porque Netanyahu preferiu esperar as eleições presidenciais no país.
Estados Unidos e Guatemala transferiram suas embaixadas para Jerusalém em maio, um passo polêmico que significa reconhecer a cidade como capital. O Estado judeu considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital, enquanto os palestinos aspiram tornar Jerusalém Oriental a capital do seu futuro Estado.
Israel ocupa Jerusalém Oriental desde a guerra de 1967 e posteriormente a anexou, ato nunca reconhecido pela comunidade internacional. Para a comunidade internacional, o status da Cidade Sagrada deve ser negociado por ambas as partes e as embaixadas não devem se estabelecer lá até que um acordo seja alcançado.
O deputado federal Jair Bolsonaro visitou Israel em maio de 2016 em uma visita organizada pelo ex-candidato à presidência Pastor Everaldo. Bolsonaro estava acompanhado de dois filhos, Eduardo e Flávio. Ele foi recebido pelo presidente do Knesset (o Parlamento de Israel), Yuli Edelstein. Já naquele momento, Bolsonaro afirmou que, se fosse eleito presidente, sua primeira visita oficial seria a Israel.