O instrumento mais utilizado pela equipe de transição do futuro governo estadual é a máquina calculadora. Planos, programas, propósitos, adequações, ao lado de cada título há o valor em dinheiro. Depois de quantificados em reuniões que ocorrem no Centro de Treinamento da Procergs, irão à avaliação para saber se haverá dinheiro ou entrará no arquivo de espera.
Controle contínuo
O governador eleito Eduardo Leite, antes de viajar a Londres, deixou a recomendação à sua equipe para formatar o Sistema de Acompanhamento do Plano de Governo. O primeiro produto será um manual. Antes da posse, os secretários assumirão o compromisso de seguir à risca. Quer dizer, nada de fórmula fantasiosa para enganar incautos, como já ocorreu.
Palpite infeliz
Alguns tecnocratas de Brasília revelam dotes para roteiristas de filmes de Hollywood. O argumento de que é indispensável privatizar o Banrisul vira bom enredo para comédia.
Na década de 1990, foram vendidas a Companhia Riograndense de Telecomunicações e a maior parte da CEEE. Onde está o dinheiro? Entrou no caixa e serviu para pagar despesas.
A avaliação feita por especialistas é que o Banrisul pode ser vendido por 4 bilhões de reais. Equivalem a duas folhas de pagamentos do funcionalismo público. E depois?
Há grande diferença
A partir de 1996, privatizar bancos estatais em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e por aí em diante foi a saída, porque andavam quebrados. O Banco do Estado de São Paulo tinha rombo de 30 bilhões de reais. Dinheiro que saiu na forma de empréstimos a muitos vigaristas e não voltou.
No Banrisul, nenhum centavo foi liberado sem o credor passar por um filtro rigoroso, que incluiu comissão de funcionários, interessados em manter a sanidade da instituição.
Reforço
A escolha do deputado federal Osmar Terra para integrar o próximo ministério é o reconhecimento à capacidade de criação e trabalho. Sua carreira política começou em 1993 como prefeito de Santa Rosa. Na Câmara, Terra será substituído por Darcísio Perondi, o que representa a aproximação com o MDB.
Muda ou não muda?
A grande renovação nos legislativos não garante muito. Os parlamentares que chegam para o primeiro mandato ainda terão de provar se continuarão vinculados às transações caras ou trarão mudanças de comportamento há muito tempo esperadas.
Debate sobre autonomia
A autorização do Tribunal de Contas do Estado para pagar resquícios salariais de 1994 a 1999 a seus funcionários, com repercussão de 232 milhões de reais, fez a Assembleia Legislativa tirar a poeira de um projeto do deputado Pedro Pereira, que terá aprovação. O propósito é fazer com que o Tribunal apresente suas contas para análise do Legislativo. A briga está só começando.
Vai pensar
O ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, foi convidado pelo futuro governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, para assumir a secretaria que quiser.
Parlamentares em Marte
Os deputados estaduais de Minas Gerais batem recorde: vão se beneficiar do reajuste salarial dado aos ministros do Supremo Tribunal Federal, mas não dispensarão o auxílio-moradia, retirado do contracheque dos magistrados. Em Minas, assim como no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, está em vigor o estado de calamidade financeira.
O fundamental não importa
Se dependesse da intensidade das discussões políticas em torno da Educação, o Brasil ocuparia uma das melhores posições do mundo. Porém, no último levantamento do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, entre 70 países o Brasil apareceu como 65º colocado em matemática, 63º em ciências, 59º em leitura.
Experiência no ar
A assessoria do Palácio Piratini informa que “desde 2016, foram mais de 90 viagens para Brasília, tratando dos interesses do Rio Grande do Sul.” Leia-se negociação do ajuste fiscal. Por enquanto, garante apenas o reconhecimento de mérito aeronáutico.