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Para rivais, Pablo Marçal se queimou com seu próprio público após cadeirada; candidato, que vende a imagem de virilidade, tentou explorar fragilidade no episódio

Após o episódio, Marçal postou vídeo em ambulância e no hospital. (Foto: Reprodução/Instagram)

Adversários de Pablo Marçal (PRTB) na eleição para prefeitura de São Paulo avaliam que o ex-coach adotou estratégia errada ao, inicialmente, investir na exploração de imagem de fragilidade após episódio da cadeirada que levou de José Luiz Datena (PSDB). As informações são do blog da jornalista Andréia Sadi, do portal g1.

Pesquisa é retrato do momento – e, ao avaliar a pesquisa dessa quarta-feira (18), integrantes da campanha de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) disseram que Marçal desgastou sua imagem com seu próprio público, já que costuma vender a imagem de virilidade, exaltando força e que é “indestrutível”.

Marçal vende virilidade como produto.

Pessoas ligadas à campanha de Boulos consideram que a fragilidade e imagem de vítima – comparada com Jair Bolsonaro e Donald Trump – após a cadeirada de Datena foi rejeitada por eleitores do segmento masculino. Ele foi de 31% para 25%, embora oscilação, uma tendência de redução.

“Quem dá um soco em tubarão e participa de maratona, era para mostrar resiliência para o eleitor dele e ficar até o fim [do debate]”, avalia uma fonte ao blog da jornalista.

Pelo lado de Nunes, a opinião é de que o rival errou ao comparar o episódio com a facada sofrida por Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2018 e com o atentado a Donald Trump, candidato nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Para além disso, um aliado do atual prefeito acredita que a disputa Nunes x Boulos ficará cada vez mais consolidada após a cadeirada.

As mais recentes pesquisas Quaest e Datafolha indicam empate triplo entre Nunes, Boulos e Marçal, mas o ex-coach apresenta oscilação para baixo.

Marçal pode recuperar esse público, claro, mas o efeito imediato da cadeirada nessa pesquisa Quaest batia com expectativa das campanhas adversárias – e o próprio Marçal já foi recalculando sua rota sobre o episódio, dizendo que não passou de um esbarrão.

A avaliação das campanhas também bate com avaliação do próprio Marçal por estar municiado de pesquisas internas que refletem essa percepção da fragilidade x virilidade, demanda do seu eleitor.

Oscilação negativa 

Segundo levantamento Quaest divulgado nessa quarta, Marçal teve oscilação negativa de 6 pontos entre o eleitorado masculino. Em 11 de setembro, ele tinha 31% pontos e, agora, 25%. A variação ocorre dentro da margem de erro de 4 pontos percentuais.

Outra oscilação negativa, dessa vez de 5 pontos, ocorre entre o eleitorado de 16 a 34 anos. Em 11 de setembro, Marçal tinha 31% e, em na segunda (16) chegou a 26%. A margem de erro é de 5 pontos percentuais para mais ou para menos.

No cenário estimulado geral, a variação foi de 23% para 20%, com margem de erro de 3 pontos para mais ou para menos. Neste mesmo cenário, Datena apresentou oscilação para cima, de 8% para 10%.

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