Vendo que não podem mais adiar decisões, governadores começarão, amanhã, a trocar telefonemas para formar uma frente de controle e equilíbrio das contas públicas. Quando a estratégia estiver pronta, irão ao encontro do ministro da Economia, Paulo Guedes, para pedir tubos de oxigênio. Com os caixas esgotados, sentem falta de ar.
Risco de sempre
A formação em Direito não será suficiente. O governador Eduardo Leite terá de fazer as vezes de médico para evitar ataque de bactérias oportunistas no organismo debilitado do orçamento.
Sem chance de errar
Os professores de gestão pública costumam dizer que “eficiência é apenas fazer certo. Eficácia é fazer certo a coisa certa”. O governo do Estado não tem outra saída do que trilhar a segunda definição.
Adiantou?
Dezesete Estados começaram 2016 com aumento do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Mesmo assim, nenhum conseguiu resolver os problemas de caixa.
Estrela da direita
Para agradar ao presidente Jair Bolsonaro, um grupo de empresários gaúchos cogita convidar o ensaísta Olavo de Carvalho, que reside nos Estados Unidos, para fazer uma palestra em Porto Alegre. Atrairia as atenções da Imprensa nacional.
O que é
Não precisa virar Sherlock para saber o que significam os depósitos na conta bancária de Flávio Bolsonaro: caixinha de campanha.
Ferroada no bolso
Do tempo em que tudo era mais fácil para o governo: a 20 de janeiro de 1993, a Câmara dos Deputados aprovou em 1º turno, por 375 votos a 87, a criação do Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras. A alíquota de 0,25 por cento recaía sobre cheques e outros saques dos bancos. O objetivo era canalizar os recursos para a área da Saúde. Mera ilusão. Serviu para tapar rombos no caixa do Ministério da Fazenda.
Lentidão e incompetência
Não há partido no País que rejeite ou considere dispensáveis as concessões dos serviços públicos. Efeito de um longo processo de pauperização dos cofres da União, dos Estados e dos municípios. A lei, de autoria do senador Fernando Henrique Cardoso, foi protocolada em 1991 e a aprovação só ocorreu quatro anos depois. Debates ideológicos travaram o andamento.
As concessões só não têm sido mais utilizadas porque faltam técnicos habilitados nos governos para negociar e concluir os contratos. Empresas privadas que se interessam acabam desistindo. Prejuízo para os setores de rodovias, ferrovias, energia elétrica, telefonia e petróleo.
Decisão reveladora
Entre os candidatos à presidência do Senado estão Esperidião Amin, Álvaro Dias, Simone Tebet e Tasso Jereissatti. Se o carimbado Renan Calheiros vier a ser eleito, os parlamentares estarão dando atestado de desprezo à política séria.
Desacerto há 10 anos
A 20 de janeiro de 2009, houve reação à tentativa do PMDB de lançar José Sarney à presidência do Senado. O PT, que apostava na candidatura de seu filiado Tião Viana, ameaçou: caso Sarney se elegesse, faria boicote a Michel Temer, que pretendia concorrer à presidência da Câmara dos Deputados. A manobra do PT não funcionou. Sarney passou a comandar o Senado e Temer, a Câmara.
Na mesma moeda
A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, não perdoa: cinco vereadores que votaram contra projetos do Executivo, no final do ano passado, viram publicadas demissões de seus indicados para cargos em comissão.
Em série
Muitos dos detentores de cargos públicos revoltam brasileiros diante da naturalidade com que defendem privilégios.