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Para tentar evitar o impeachment de Dilma, equipe econômica prioriza “bondades” e retarda a recuperação fiscal

Para muitos economistas, estratégia é uma das responsáveis pelo agravamento da crise (Foto: EBC)

Segundo a equipe econômica, o ajuste fiscal ainda é o seu principal compromisso. Na prática, porém, o governo sacrificou a medida no curto prazo e adotou ações que atrasam a recuperação fiscal e a reversão do rombo das contas públicas, que deve chegar a aproximadamente 100 bilhões de reais até o fim do ano.

Além das medidas de crédito e redução de juros em operações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o governo pediu o abatimento de até 120 bilhões reais na meta. A ideia é acomodar mais despesas e recursos de 1,9 bilhão de reais aos Estados, como compensação pela Lei Kandir, que desonerou exportações.

Têm sido atendidos, ainda, pleitos da renegociação agrícola, a exemplo do que ocorreu em 2014. Também há pressão para que o Banco Central libere depósitos compulsórios. O alongamento da dívida com a União ficou muito acima do previsto, com um impacto que pode chegar a 45 bilhões de reais nos próximos três anos.

As medidas impopulares, como as reformas trabalhista e previdenciária, que chegaram a ser anunciadas pelo Ministério da Fazenda, estão engavetadas. O roteiro é semelhante ao seguido em 2014 (ano de eleições presidenciais), quando foram adotadas “bondades” econômicas e retardadas ações “antipáticas” pelo governo. Para muitos economistas, essa foi a raiz do agravamento da crise que o País vive hoje. (AE)

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