Sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Por Carlos Roberto Schwartsmann | 16 de outubro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Frequentemente minha caixa de mensagens do celular mostra “999+”, isto quer dizer: lotada.
Na minha opinião o celular é a invenção mais fabulosa criada pelo homem: nada até então alterou tanto nossas relações sociais. Mudou a humanidade.
Nos oferece experiências fantásticas.
Posso agora falar e ver minha filha Gabriela na Austrália no outro lado do mundo. Ao vivo e a cores!
O celular é uma máquina que fotografa e filma. É um relógio, uma calculadora. Uma máquina de escrever, uma biblioteca. Posso ler o jornal e ver ao vivo a televisão. Posso agendar pacientes e marcar cirurgias. Posso guardar e armazenar incontáveis e malditos códigos. O celular ficará para sempre. É uma realidade incontornável.
Entretanto, como tudo na vida, existem desvantagens e efeitos colaterais. O celular pode causar dependência liberando o neurotransmissor dopamina. Dizem que é o hormônio do prazer e da felicidade! É viciante!
Pesquisa na universidade de Harvard concluiu que os “viciados” ficam ligados, diariamente, em média, por 145 minutos. No final do mês, significa 3 dias. Depois de um ano ficam um mês inteiro debruçados na “caixinha mágica”.
Alguns acham que ele está nos roubando a vida!
Nos famosos “grupos” temos que tolerar opiniões contraditórias sobre os mais diferentes tópicos do comportamento humano: políticos, ideológicos, futebolísticos, etc. Temos que digerir fotos pessoais, propagandas enganosas, fakes e outras babaquices.
Entretanto uma baboseira incompreensível é o cumprimento de um amigo do grupo pelo aniversário.
Após a primeira lembrança, dezenas reafirmam em diferentes tamanhos de textos o desejo de saúde e felicidades.
O mesmo ocorre quando alguém perde um ente querido. A caixa de mensagens fica novamente lotada de condolências. Acho que para demostrar um sentimento autêntico, uma ligação pessoal e direta é mais elegante e verdadeira.
Nas condolências sugiro que vá ao velório e divida a dor em solidariedade ao lado do amigo.
Situação pior ocorre ainda quando o gratificado reverencia nominalmente os enviadores de mensagens considerando que os demais são insensíveis e não compartilham da alegria ou da dor.
Para não lotar a caixa de mensagens, acho que deveríamos voltar a pensar com racionalidade e bom senso: Não de parabéns ou condolências pelo celular!! Vamos eliminar este nefasto hábito!
(Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário – schwartsmann@santacasa.org.br)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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