Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de agosto de 2024
Uma final digna de Jogos Olímpicos. O sérvio Novak Djokovic terá a chance de brigar pelo ouro na Olimpíada de Paris. A final da chave de simples do tênis masculino será disputada neste domingo (4), entre Djokovic e o espanhol Carlos Alcaraz. Na semifinal, nesta sexta-feira (2), o atual número 2 do mundo derrotou o italiano Lorenzo Musetti, 16º do ranking da ATP, por 2 sets a 0, parciais de 6/4 e 6/2, e vai disputar pela primeira vez uma final olímpica. O torneio é disputado no mesmo complexo de Roland Garros, no saibro.
“É difícil reunir todas as emoções agora. A quinta Olimpíada, pela primeira vez superei o obstáculo das semifinais. Não vou parar aqui, vou em busca do ouro. Não estou satisfeito, mas tenho que comemorar como é merecido porque garanti uma medalha. A pressão maior sou eu que boto em mim. Estou na final dos Jogos Olímpicos, me deixa festejar”, declarou Djokovic, à emissora sérvia “PTC”.
Djokovic levou a melhor no confronto que durou 1h49. Aparentemente sentindo menos o joelho direito recém-operado, com o qual estava preocupado para o jogo, o sérvio teve que superar o próprio temperamento para não deixar a vitória escapar. O ex-líder do ranking se irritou com o árbitro, que o advertiu por demora no saque, e com sua comissão técnica no começo do segundo set, quando nenhum dos tenistas havia confirmado o serviço ainda no set.
O atleta terá 37 anos e 74 dias de idade no domingo, sendo o finalista olímpico mais velho (entre homens e mulheres) do tênis desde o retorno da modalidade ao programa das Olimpíadas, em Seul 1988. Na outra semifinal, Alcaraz, o atual campeão de Roland Garros levou a melhor sobre o canadense Félix Auger-Aliassime, também por 2 sets a 0. Os rivais vão se enfrentar três semanas depois da final de Wimbledon, vencida por Alcaraz.
Djokovic está em sua quinta participação em Olimpíadas e jamais tinha passado das semifinais. A única medalha era o bronze de Pequim 2008 – perdeu a semifinal para o espanhol Rafael Nadal e venceu o americano James Blake na disputa do terceiro lugar. Tanto na briga pelo bronze em Londres 2012 quanto na estreia no Rio 2016, Nole foi derrotado pelo argentino Juan Martín del Potro. Em Tóquio 2020, edição realizada em 2021, o sérvio voltou a ser quarto colocado, superado pelo espanhol Pablo Carreño Busta.
O jogo
Djokovic enfrentou um oponente valente, que só não levou o primeiro set para o tie-break por um erro crucial. Musetti deu mostras de raça ao salvar quatro chances de quebra no quarto game (incluindo um triplo break point) e jogou de igual para igual. Porém, no 10º game, quando tinha o domínio da rede e quadra aberta, mandou em cima do sérvio e perdeu o ponto. O italiano se abalou e perdeu não só o game de serviço mas também o set de uma hora e três minutos de duração.
Os tenistas abriram o segundo set trocando quebras. Nessa hora chamou a atenção a perda de temperamento de Djokovic. Primeiro ao reclamar com o árbitro de uma advertência por demorar a sacar; depois sendo agressivo com seu estafe, assim que foi quebrado no terceiro game, sendo advertido por obscenidade audível.
O número 2 do ranking transformou a irritação em motivação e foi o primeiro a confirmar o serviço, no quinto game. Na sequência, conseguiu outra quebra, com uma bola do adversário para fora. Continuou firme e fechou o duelo com a quinta quebra na partida, convertendo o terceiro dos três match points que teve, em erro não forçado de Musetti.