Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2024
Uma regra para o ciclo da Olimpíada de Paris causou a eliminação da brasileira Rafaela Silva na disputa pelo bronze na categoria até 57 kg do judô. A alteração ocorreu em 2022 e fez parte de uma série de mudanças no livro de regras, responsáveis por reclamações até alguns nomes importantes da modalidade, como a própria campeã olímpica do Rio em 2016.
Desde janeiro de 2022, a Federação Internacional de Judô proíbe o mergulho de cabeça no tatame. A entidade considera o movimento perigoso e acabou banido.
Rafaela, em ação de defesa, tocou com a cabeça primeiro no tatame e acabou desclassificada após intervenção da arbitragem de vídeo. Mais cedo, um atleta da Mongólia também perdeu pela mesma razão.
Na época das alterações, a Federação Internacional recebeu críticas da própria Rafaela Silva, que classificou como “ridículas” as mudanças no livro de regras. Além do mergulho de cabeça, o golpe seoi nage invertido resulta em punição ao invés de pontuação.
Outra mudança corresponde ao comportamento no combate: os atletas também podem ser castigados com um shido ao ajeitarem o kimono ou o cabeço mais de uma vez na luta.
A Federação Internacional se defendeu. O diretor de esportes, Vladmir Barta, assegurou que as mudanças vieram a partir de recomendações das confederações nacionais.
“A Federação Internacional de Judô está trabalhando duro para modernizar o esporte que amamos com ajuda de nossos parceiros. As novas regras valem a partir do início de 2022 até 2024”, disse o dirigente.
Nessa segunda-feira, Rafaela Silva chegou a olhar incrédula para a arbitragem, mas não contestou a marcação.
“Muito difícil. Eu queria a medalha. Eu trabalhei muito por essa medalha. Queria estar dando outra entrevista neste momento. Eu peço desculpa. Hoje eu não consegui, não consegui”, disse a brasileira, emocionada, após perder a briga por medalha.
Texto da regra
Confira o texto da regra que tirou o bronze de Rafaela Silva:
Artigo 18.2.1 Hansoku-make para Técnicas Perigosas.
Técnicas usando mergulho de cabeça são perigosas e serão penalizadas com hansoku-make.
1. “Mergulhar” de cabeça no tatame, inclinando-se para a frente e para baixo enquanto executar ou tentar executar técnicas como uchi-mata, harai-goshi, kata-guruma etc. É proibido dar cambalhota para frente quando uke está sobre os ombros ou nas costas de tori.
2. Defesa da cabeça, para garantir que o Judô tenha o mínimo de traumas possível, se uke tenta voluntariamente usar a cabeça em qualquer movimento que seja perigoso para sua cabeça, pescoço ou coluna, para defesa e para evitar cair/escapar de uma pontuação, ele será penalizado com hansoku-make.
As informações são do site GE.